Siga a folha

Descrição de chapéu Consumo Consciente

Empresas lançam desafio para estimular consumo consciente

Campanha #VidaQueQueremos quer fazer avançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) lançou nesta semana o desafio #VidaQueQueremos, para estimular ações que contribuam para o cumprimento das metas dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O lançamento comemora o Dia do Consumidor, 15 de março, e coincide com a realização da 4ª Assembleia Ambiental da ONU, que tem como tema “Pense no planeta, Viva simples”, e discute padrões de produção e consumo, em Nairóbi, no Quênia.  

“Quando a gente pensa em combater as mudanças climáticas e as desigualdades, por exemplo, sente que é algo muito grande para nossas capacidades. Mas se entendermos os problemas e passarmos a consumir apenas de empresas que usam processos produtivos mais limpos e que ofereçam condições justas de trabalho, a gente já faz uma enorme diferença no mundo”, afirma Marina Grossi, presidente CEBDS.

Fundado em 1997 por um grupo de grandes empresários brasileiros, o CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável) é uma associação civil sem fins lucrativos que promove o desenvolvimento sustentável por meio da articulação junto aos governos e a sociedade civil, além de divulgar os conceitos e práticas mais atuais sobre o tema.

Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). - Divulgação

O conselho tem como objetivo promover a transformação prática de mercados, empresas e profissionais, aliando os negócios e a sociedade para um país sustentável. Reúne cerca de 60 dos maiores grupos empresariais do país, com faturamento equivalente a 40% do PIB, e responsáveis por mais de 1 milhão de empregos diretos, segundo Marina Grossi. 

Entre as empresas estão Alcoa Aluminio, Ambev, Arcelor Mittal, os bancos do Brasil, Bradesco, Itaú, Santander, Basf, Bayer, Coca-Cola, Boticário, Nestlé, Shell, Siemens, Suzano e Votorantim. O Conselho é o representante no Brasil da rede do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD).


O CEBDS atua em seis câmaras temáticas que reúnem representantes de empresas associadas para desenvolvimento de projetos relacionados a temas da sustentabilidade como água, biodiversidade, clima, impacto social e finanças. 

"O movimento visa facilitar mudanças efetivas nas atitudes das pessoas em relação a questões ambientais e sociais, como combate à pobreza e à fome, promoção da saúde, educação e qualidade de vida para todos, equidade de raça e gênero, mudanças climáticas, escassez hídrica, consumo consciente", diz a presidente do Conselho.

"A campanha surgiu a partir do manual “Objetivos para a Vida que Queremos”, produzido por diversas organizações internacionais", conta Marina. 

"Ele fornece sugestões de comportamentos dos mais simples, que estão apenas no nível de consciência, aos mais desafiadores, que exigem mudanças de estilo de vida. Cada conjunto de ações do manual foi pensado de acordo com critérios específicos: ter um impacto tangível na obtenção do ODS; ser acessível tanto para consumidores compulsivos quanto para aqueles que consomem menos; ter linguagem clara e ser compreensível para todos", explica.

Para participar do desafio, basta compartilhar no Instagram fotos de exemplos de ações que contribuam para um mundo mais igualitário e sustentável, utilizando as hashtags #DesafioCEBDS e #VidaQueQueremos. 

ENGAJAMENTO

"Há muito tempo as empresas já entenderam que a sustentabilidade é um fator competitivo. Nesse sentido, existe uma movimentação das empresas para entender como adequar seus processos produtivos de forma que sejam conscientes, respeitando os limites de recursos naturais e humanos", afirma Marina.

"As iniciativas são muito variadas, desde investimento em reciclagem, mudança nos processos produtivos, mitigação de emissões até a própria conscientização dos consumidores sobre a forma correta de consumir", afirma.

"O CEBDS tem uma instância de vanguarda, o conselho de líderes, formado apenas por CEOs das empresas associadas. E este grupo que discute e determina os pilares de atuação, seja em relação à advocacy com instâncias governamentais, seja prestando contas à sociedade sobre o que o setor empresarial vem fazendo e pode fazer pelo desenvolvimento sustentável", relata.

"Por meio do conselho de líderes, o CEBDS construiu uma proposta para o Governo Federal de implementação de mercado de carbono no Brasil. Também criou o Compromisso Empresarial Brasileiro para a Segurança Hídrica, que além de consolidar a contribuição efetiva do empresariado brasileiro ao País para o uso sustentável da água, possibilitará que o Brasil desponte no cenário das grandes agendas e marcos globais de água, como protagonista na implantação de soluções inovadoras", afirma Marina.

EXEMPLOS DE AÇÕES EM PROL DA SUSTENTABILIDADE

apontados por Marina Grossi 

1) Redução do consumo de energia 
"O Grupo Neoenergia, por meio de suas distribuidoras, aplica anualmente um mínimo de 0,4% de sua receita operacional líquida (ROL) em ações que promovem o desenvolvimento de novas tecnologias e a mudança de hábitos de consumo de energia. Os consumidores também são estimulados à reciclagem, com programas como o Vale Luz, que concede descontos nas faturas de energia em troca de resíduos recicláveis.  Além disso, as empresas atuam na modernização de equipamentos e processos. Outro passo importante tem sido a implantação das usinas de energia solar fotovoltaica como as que operam em Fernando de Noronha, Pituaçu e na Usina da Arena Pernambuco. Atualmente, as duas usinas solares de Fernando de Noronha atendem a 8% da demanda de eletricidade da ilha e evitam o consumo de 375 mil litros de óleo diesel por ano."

2) Eficiência de pneus  
"Com a perspectiva de mais de 2 bilhões de veículos em circulação até 2050, é importante que a mobilidade se torne mais segura, limpa e eficiente. A Michelin desenvolveu uma série de soluções usando a estratégia 4R: Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Renovar para uma economia circular ecologicamente viável que consome menos carbono, energia e recursos naturais.  O uso de pneus até o final de seu ciclo de vida permitirá evitar, anualmente, um consumo mundial adicional de 400 milhões de pneus, o que equivale a 35 milhões de toneladas de CO₂, ou o equivalente a 6 meses de emissões de CO₂ geradas por uma cidade como Nova York."

3) Resíduos da produção de roupas
"A Renner fez uma parceria com a USP para reutilizar sobras de tecidos em suas peças. O estudo mostrou que havia desperdício de 20% do tecido bruto. O investimento em novos métodos de produção fez o desperdício cair para 15%. Para reaproveitar os resíduos gerados na produção dos jeans tradicionais, a empresa criou uma coleção de  calças, shorts, blusas e vestidos femininos chamada “Re Jeans”.  Entre os compromissos da empresa até 2021 estão ter 100% dos fornecedores certificados por entidades internacionais, 80% dos produtos feitos com matérias-primas e processos menos impactantes, 75% da energia usada pela empresa proveniente de fontes renováveis e redução de 20% nas emissões de GEE."

Lodo captado em unidades de saneamento da Agreste, em Alagoas - Agreste Saneamento
Tijolo feito a partir de lodo aproveitado de sistema de saneamento em Alagoas - Agreste Saneamento

4) Tijolo sustentável 
"A Agreste Saneamento, concessionária do grupo Iguá que presta serviços de captação e tratamento de água em 10 municípios de Alagoas, utiliza os resíduos gerados pelo processo de tratamento de água para a fabricação de tijolos ecológicos.
O reaproveitamento do lodo tem diversas vantagens. Além de reduzir os custos operacionais com o descarte do material em aterro sanitário, gera impacto positivo no meio ambiente porque ajuda a aumentar a vida útil das jazidas de argila, colabora para a redução de áreas desmatadas e gera economia de consumo de água para produção de tijolos.
O descarte de 1.196 m³ de lodo já possibilitou a produção de 1,79 milhão de tijolos que são amplamente aplicados na construção civil. O sistema de reaproveitamento está em operação desde 2014."

5) Descarte correto
"O reaproveitamento de coprodutos nas unidades da Cervejaria Ambev chega a 99%. Entre os mais de 30 itens orgânicos e inorgânicos, estão o bagaço do malte e o fermento residual, que viram ração animal; terra infusória, utilizada como matéria-prima na fabricação de tijolos; além de vidro, PET e alumínio. O trabalho de reaproveitamento envolve mais de 150 empresas de gerenciamento de coprodutos e gerou, em 2018, mais de R$ 115 milhões de receita com a sua venda."

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas