Siga a folha

Em sinal a Trump, Brasil pode implementar cota de trigo sem tarifa que beneficiaria EUA

Maior parte do trigo que o Brasil compra de fora vem da Argentina

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Washington | Reuters

O Brasil pode implementar uma cota de importação de trigo americano sem tarifas de 750 mil toneladas anuais, em um aceno ao governo dos Estados Unidos, que seria beneficiado pela abertura do mercado brasileiro.

O volume representa cerca de 10% do trigo importado pelo Brasil e faz parte de um acordo na rodada Uruguai de negociações na OMC (Organização Mundial do Comércio), em que o Brasil se comprometeu a importar as 750 mil toneladas sem tarifas anualmente, mas nunca cumpriu.

Na véspera da visita do presidente Jair Bolsonaro a Washington, senadores de Estados produtores de trigo encaminharam ao presidente Donald Trump um pedido para que a questão do cereal seja colocada sobre a mesa.

A maior parte do trigo que o Brasil compra de fora vem da Argentina, além de alguma coisa de Uruguai e Paraguai. No caso dos três países, sem tarifas de importação, dentro das regras do Mercosul. Para outras nações, o Brasil aplica uma tarifa de 10%.

A cota acertada com a OMC serve para qualquer país, mas a decisão do Brasil de implementá-la teria endereço certo, já que os EUA são os que normalmente exportam maiores volumes fora do Mercosul.

Em carta enviada a Trump, senadores de Estados produtores de trigo estimam que, se o Brasil implementar a cota, a exportação de trigo dos EUA poderia aumentar entre US$ 75 milhões e US$ 120 milhões por ano, a depender de quanto o país conseguisse vender.

De acordo com uma fonte que acompanha as negociações em Washington, as conversas estão avançando e pode haver um sinal positivo em um encontro entre a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o secretário de Agricultura dos EUA, Sonny Perdue, na próxima terça-feira, mas o governo brasileiro também espera um sinal de boa vontade dos norte-americanos a algumas reivindicações brasileiras.

No momento, as principais reivindicações do Brasil referem-se a barreiras fitossanitárias e não devem também ser resolvidas na visita. Uma delas é a reversão de uma suspensão da compra de carne bovina in natura do Brasil, há dois anos, ainda sem solução. As negociações continuam, mas o governo brasileiro admite que uma mudança ainda demora.

O Brasil também reivindica a abertura do mercado norte-americano para limão e outras frutas, mas as negociações esbarram em questões fitossanitárias. "Isso não deve sair agora", disse a fonte.

Em outra área, não devem avançar também as negociações sobre etanol e açúcar. O Brasil reivindica o levantamento de barreiras tarifárias ao açúcar, enquanto os EUA querem maior abertura do mercado brasileiro de etanol --atualmente, o Brasil taxa volumes de álcool importado que superem 150 milhões de litros por trimestre, algo que atinge basicamente os norte-americanos.

Segundo a fonte, nenhum dos dois lados pretende ceder nessas questões.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas