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Pesquisa Datafolha mostra que maioria dos paulistanos está otimista com vida no pós-pandemia

Apesar da crise, expectativa de futuro melhor é realidade até entre aqueles que ganham menos

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São Paulo

O coronavírus trouxe dor, sofrimento e uma profunda crise econômica, mas não conseguiu abalar as expectativas do paulistano em relação ao seu próprio futuro.

Pesquisa realizada pelo Datafolha revela que 85% dos moradores da cidade de São Paulo se dizem otimistas com a vida no pós-pandemia, sendo que, dentre eles, 58% afirmam estar muito otimistas. Só 10% se declaram pessimistas.

A confiança está presente em todas as regiões da cidade, idades e todos os graus de escolaridade, além de não distinguir homens e mulheres nem famílias com mais ou menos renda: 80% das pessoas que recebem até dois salários mínimos se declaram otimistas, assim como 87% dos que ganham acima de dez salários.

A constatação é ainda mais impressionante se confrontada com o fato de que 46% afirmam estar recebendo um salário menor do que ganhavam antes da quarentena.

A crise econômica, segundo analistas, tende a ser a pior da história, e a recuperação deve ser lenta. Acredita-se que apenas em 2022 ou mesmo em 2023 a situação voltará ao patamar anterior à pandemia.
Além de não abater a crença do paulistano no seu próprio futuro, o estresse do distanciamento social também não prejudicou os relacionamentos familiares. Pelo menos é o que dizem 95% dos paulistanos ao serem questionados sobre a convivência com filhos, maridos e esposas.

Contrariando os tantos memes falando das dificuldades do casamento no confinamento, para 32% dos paulistanos a vida em comum com seus parceiros ficou até melhor nesse período. A piora da relação foi uma realidade apontada por só 6% dos entrevistados. Para o restante dos casais, o relacionamento permaneceu igual.

As pessoas dizem estar fazendo tarefas domésticas na quarentena (96%), mais do que o normal (60%), embora o percentual de mulheres cozinhando seja maior do que de homens (96% contra 78%). Dentre os pais, 55% declaram estar ajudando os filhos com suas tarefas escolares.

O home office, prática difundida emergencialmente na pandemia e sobre a qual hoje se diz que “veio para ficar”, é, entretanto, uma realidade para menos da metade da população empregada na capital paulista (44%). A maioria (56%) tem que sair de suas casas para trabalhar, apesar do medo e do risco de contágio pelo novo coronavírus.

O índice de trabalho remoto na população paulistana reflete, a bem da verdade, a desigualdade social. Cresce conforme a renda familiar. Apenas 19% das pessoas que recebem até dois salários mínimos estão em home office. Na faixa dos que ganham entre cinco e dez salários, o percentual sobe para 60%. Acima dos dez salários, vai para 71%.

Uma das explicações para esse fato é o próprio acesso à internet, outro dado revelador do abismo social paulistano na pesquisa Datafolha.

Dos moradores da cidade de São Paulo, 12% não possuem sequer conexão com a web em suas casas, situação que prejudica não só a possibilidade de home office, mas impede o ensino a distância num momento em que as escolas estão com as portas fechadas. Segundo o último dado divulgado pelo IBGE, referente a 2018, 1 em cada 4 brasileiros não têm acesso à internet (45,9 milhões de pessoas).

A discrepância socioeconômica transparece também quando o levantamento do Datafolha verifica que 57% dos paulistanos com renda familiar de até dois salários mínimos afirma ter precisado se deslocar para agências bancárias durante a pandemia. Na faixa das pessoas com mais de dez salários mínimos o percentual cai para 35%.

Na quarentena, não foram poucas as imagens de filas em agências para a retirada dos R$ 600 do auxílio emergencial pago pelo governo para as pessoas sem emprego formal ou desempregadas.

A diversão neste período, por outro lado, é algo que varia menos entre os moradores de São Paulo, independentemente da idade, faixa de renda ou da região de domicílio. O paulistano tem escutado música (91%), assistido à televisão (88%) e acompanhado filmes e séries (80%).

A leitura é o maior ponto fora dessa curva de semelhança nos hábitos de entretenimento. Entre as pessoas que concluíram até o ensino fundamental, apenas 39% estão lendo livros na quarentena. Na categoria dos que têm ensino superior, o índice sobe para 73%. Considerando a população de um modo geral, 23% dizem que estão lendo mais agora, ainda que 41% afirmem não ter lido livro algum durante o confinamento.

Outro problema da pandemia que se pode dimensionar com a pesquisa Datafolha é a falta de atividade física decorrente do distanciamento social e do fechamento dos parques, academias e clubes, que em São Paulo puderam voltar a funcionar, em condições restritas, em 13 de julho.

O levantamento mostra que 25% dos paulistanos estão se exercitando menos do que antes; 39% declararam estar sedentários, sendo que, entre as mulheres, a inatividade é maior, de 44%. Levando em conta as pessoas com escolaridade fundamental, a taxa dos que estão sem praticar exercícios é de 53%.

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