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Quase metade dos domicílios brasileiros recebeu auxílio emergencial em junho

Cerca de 43%, ou 29,4 milhões de casas, receberam algum tipo de benefício do governo na pandemia

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Rio de Janeiro

Aproximadamente 29,4 milhões (43%) de domicílios brasileiros receberam algum tipo de auxílio emergencial do governo relacionado à pandemia do novo coronavírus em junho, informou nesta quinta-feira (23) o IBGE em sua segunda divulgação mensal da Pnad Covid.

De acordo com o instituto, foram 3,1 milhões de lares beneficiados a mais na comparação com o mês anterior, quando cerca de 38,7% do total de domicílios do país havia recorrido a algum tipo de auxílio do governo para enfrentar a crise causada pela pandemia.

Quase metade da população (49,5%), ou 104,5 milhões de pessoas, viviam em casas em que pelo menos um morador foi beneficiado com o auxílio em junho. Segundo o IBGE, a população mais pobre foi mais beneficiada com o auxílio, recebendo 75,2% das transferências.

A primeira faixa de renda representa 10% da população do país, ou 21 milhões de pessoas. Dessas, 17,7 milhões (83,5%) moram nos lares que receberam o benefício. Assim, a renda domiciliar por pessoa desse contingente aumentou 3.705%, indo de R$ 7,15 para R$ 271,92.

O IBGE apontou que foram distribuídos R$ 27,3 bilhões pelo governo em auxílio. O valor médio recebido foi de R$ 881 por residência, sendo que nas regiões Norte e Nordeste o recebimento chegou a 60,0% e 58,9% dos domicílios, respectivamente.

Entre os benefícios, estão o auxílio emergencial e o benefício emergencial de preservação do emprego e da renda. No total, o Brasil possui 68,3 milhões de domicílios.

Ainda segundo a Pnad Covid, a taxa de desocupação no país foi de 12,4% em junho, o que representa um aumento de 1,7 ponto percentual na comparação com maio (10,7%). A proporção de desempregados aumentou em todas as grandes regiões do Brasil.

Com o aumento, o desemprego atingiu 11,8 milhões em junho, um acréscimo de 1,7 milhão desde maio. Assim, a população ocupada chegou a 83,4 milhões de brasileiros, uma queda de 1,1%. O diretor-adjunto do IBGE Cimar Azeredo relacionou o aumento à flexibilização do distanciamento social.

“Isso implicou no aumento da população na força trabalho, já que o número de pessoas que não buscavam trabalho por causa da pandemia reduziu frente a maio. Elas voltaram a pressionar o mercado”, afirmou.

A taxa de desempregados no Brasil considera apenas pessoas que estão procurando uma ocupação. Por conta da pandemia e do distanciamento social, muitos acabam adiando a busca pelo emprego e não são considerados desocupados.

Por outro lado, o mês de junho computou o aumento de R$ 2 bilhões na massa de rendimento efetiva, que é a soma dos ganhos de todos os trabalhadores, indo de R$ 157 bilhões em maio a R$ 159 bilhões em junho. "Esse dado indica reação do mercado”, disse.

Caiu ainda o número de pessoas que ficou sem salário por conta da quarentena, chegando a 7,1 milhões. Em maio, esse número chegava a 9,7 milhões de brasileiros. Segundo o diretor-adjunto do IBGE, é importante acompanhar a evolução desse grupo, junto com outros sem rendimento, como os desocupados e a população fora da força de trabalho.

“Esse é um conjunto de pessoas sem rendimentos de trabalho, e essas variáveis podem orientar as decisões de manutenção de programas de transferência de renda”, disse Cimar Azeredo.

A Pnad Covid também detectou que caiu o número de pessoas que manifestaram sintomas conjugados da Covid-19. Em maio, esse contingente foi de 4,2 milhões (2% da população), contra apenas 2,3 milhões (1,1%) em junho.

Os maiores percentuais de pessoas que apresentaram algum dos sintomas conjugados ficou na região Norte. Ainda foram atingidos principalmente mulheres (57,8%), pretos, pardos (68,3%) e com menos escolaridade - do fundamental ao superior incompleto (87,5%).

O IBGE considerou os seguintes conjuntos de sintomas: perda de cheiro ou de sabor; tosse, febre e dificuldade para respirar; tosse, febre e dor no peito, que vão de acordo com estudos da área de saúde e que podem ser associados à Covid-19.

Segundo o IBGE, as mulheres estão em setores de atividade mais suscetíveis ao contágio, como em trabalhos que não podem ser feitos de forma remota, o que pode justificar um maior índice de sintomas entre elas do que nos homens.

A proporção de internados, porém, não acompanha os percentuais de brasileiros com sintomas. A pesquisa do IBGE mostra que entre aqueles que procuraram atendimento em hospital, os homens (17,7%) foram mais internados que as mulheres (13%).

A população branca (17,1%) também foi mais beneficiada com internações do que os pretos ou pardos (13,9%), apesar de serem minoria no país, com 45,2% de representatividade.

Os dados foram coletados pela Pnad Covid, que busca identificar os efeitos do novo coronavírus no mercado de trabalho e na saúde dos brasileiros. Essa foi a segunda divulgação mensal da pesquisa criado especialmente para acompanhar os impactos da pandemia.

Não é possível, porém, comparar os dados desse estudo com os da Pnad Contínua, que apura a taxa de desemprego oficial no país, já que esta última tem metodologia diferente, com coleta de dados durante três meses e em um número maior de domicílios.

A Pnad Covid foi criada especialmente para tentar identificar os efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho e a saúde dos brasileiros, com o objetivo de servir de base para a elaboração de políticas públicas para minimizar os impactos da crise.

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