Siga a folha

Desemprego cresceu em onze estados no segundo trimestre, diz IBGE

Taxa de desocupação média do país ficou em 13,3%, a maior já registrada para o período

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Rio de Janeiro

A pandemia da Covid-19 continua aumentando o desemprego no Brasil. Segundo informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (28), a taxa de desocupação no segundo trimestre cresceu em 11 estados e ficou maior do que a média do país em 11 deles mais o Distrito Federal.

De acordo com dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, as maiores taxas foram observadas na Bahia (19,9%), Sergipe (19,8%), Alagoas (17,8%), Amazonas (16,5%), Rio de Janeiro (16,4%) Roraima (16,3%) e Maranhão (16,0%).

No período, a média de desemprego no país foi de 13,3%, a maior já registrada em um segundo trimestre, mas ainda não reflete totalmente os efeitos da crise. O país tinha 12,8 milhões de pessoas sem trabalho entre abril, maio e junho.

Com o isolamento social, muitos trabalhadores tinham desistido de ir às ruas atrás de uma vaga, levando o número de desalentados a crescer 19,1%, para 5,7 milhões de pessoas.

O economista Rodolpho Tobler, do FGV-Ibre, apontou que as pessoas ainda não estão procurando emprego na mesma proporção com que ficaram desocupadas. Também contam com benefícios do governo, como o auxílio emergencial de R$ 600, que ajuda no momento de crise, mas pode sofrer cortes.

"Temos que saber que existe uma questão fiscal grande de complicações e por isso é esperado que o auxílio diminua. Muitas empresas que estão sobrevivendo com auxílio do governo também podem ver isso acabar, o que pode aumentar o desemprego", alertou.

O governo quer prorrogar o benefício até o fim do ano, mas deve cair para R$ 300.

De acordo com dados da Pnad Contínua, a informalidade no mercado de trabalho ainda caiu de 39,9% no primeiro trimestre para 36,9% no segundo. No fim do ano passado, a taxa estava em 41,2%.

"O trabalho doméstico informal caiu muito na pandemia", analisou o professor João Luiz Maurity Saboia, da UFRJ.

Porém, ele acrescentou que a informalidade pode voltar a crescer. "As pessoas têm menos medo do contato [pela Covid-19] e o empregado informal volta a frequentar a casa das pessoas", disse o professor.

"Os pequenos serviços já vão voltando e com isso a informalidade deve ir crescendo aos poucos", acrescentou.

O crescimento no número de desempregados é efeito da pandemia no Brasil. Desde que o primeiro óbito foi registrado, em 17 de março, a doença avançou e o país promoveu o fechamento de bares, restaurantes e comércio como forma de combater a pandemia.

Em abril, os efeitos econômicos começaram a ser sentidos com mais intensidade, já que as medidas restritivas duraram do começo ao fim do mês.

População procura ofertas de emprego no centro de São Paulo - Danilo Verpa - 29jun.2016/Folhapress

No segundo trimestre de 2020, a população subutilizada chegou a 31,9 milhões de pessoas, 15,7% a mais do que no trimestre anterior.

Também no trimestre encerrado em julho, 8,9 milhões de brasileiros perderam o trabalho no período, a maior queda no número de ocupados desde que a pesquisa começou a ser realizada no formato atual, em 2012.

No período, o Brasil tinha 83,3 milhões de pessoas com algum tipo de trabalho, o menor número da série histórica.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas