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A Fiat Chrysler chamou de "desprezíveis" as denúncias de que plantou um espião no conselho da General Motors e acusou a rival de fazer "uma campanha de difamação", na última reviravolta em uma dura batalha legal entre as duas montadoras.
Em novembro passado, a GM acusou a FCA de causar-lhe danos ao pagar subornos a dirigentes sindicais que corromperam as negociações salariais e resultaram em salários mais altos. O juiz Paul Borman rejeitou o caso da GM em julho.
Na semana passada, a GM alegou ter descoberto novos detalhes sobre a FCA, incluindo que um sindicalista no conselho da GM era um "agente pago" pela FCA e que a empresa usava uma rede de contas offshore para esconder subornos pagos aos sindicatos.
A FCA negou veementemente as acusações em sua contestação apresentada na segunda-feira.
"A GM deve saber que a perspectiva de o tribunal mudar de ideia... é quase nula, então esse movimento é aparentemente um veículo para a GM fazer acusações mais difamatórias e infundadas sobre um concorrente que está ganhando no mercado", disse.
As denúncias "parecem o roteiro de um filme de espionagem de terceira categoria" e "fariam John le Carré se encolher", acrescentou, dizendo que a GM "está engajada em uma campanha de difamação".
A empresa disse que manter contas em bancos internacionais é "normal e certamente não é ilegal", dada a sua presença em 130 países, e que a GM não apresentou evidências de que elas estivessem ligadas a pagamentos a sindicalistas.
"Essa especulação infundada —claramente o produto de uma imaginação febril— é insuficiente para fazer uma afirmação", disse.
A FCA há muito diz que o processo da GM em novembro passado foi aberto para interromper sua fusão com a PSA, montadora francesa que também possui a Opel, antiga operação deficitária da GM na Europa.
Sob a PSA, o negócio Opel-Vauxhall teve lucro, enquanto a fusão iria catapultar o negócio combinado para além da GM, tornando-a a terceira maior montadora do mundo em vendas, atrás da Toyota e da Volkswagen.
A FCA admitiu ter subornado vários dirigentes sindicais, e um ex-diretor da empresa, Alphons Iacobelli, está cumprindo pena de prisão
Mas o processo da GM —que buscava bilhões em indenização por danos— foi a primeira vez que outra montadora alegou ter sido diretamente prejudicada pelo escândalo.
Em seu último arquivamento na semana passada, a GM disse que Iacobelli tinha o controle de algumas das contas bancárias internacionais supostamente usadas para fazer pagamentos a dirigentes sindicais.
No fim de semana, o advogado de Iacobelli, Michael Nedelman, chamou as alegações da GM de "grosseiras" e as comparou à caça às bruxas comunista nos anos 1950.
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