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BC espera queda de 5% no PIB em 2020 e crescimento de 4% no próximo ano

Em evento, Campos Neto afirmou que as expectativas para este ano foram revisadas positivamente

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Brasília

Depois de queda de 9,7% no PIB (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre, sob efeito da pandemia do coronavírus, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que espera que o indicador feche o ano em retração de 5%.

Para o próximo ano, ele projeta crescimento de pouco mais de 4%, segundo informou em evento virtual promovido pela Bloomberg nesta quarta-feira (2).

Segundo Campos Neto, mesmo com o tombo no segundo trimestre, as expectativas para o PIB foram revisadas positivamente. "Dados mais tempestivos mostram recuperação. Se olharmos as últimas cinco semanas, as projeções passaram de queda de 9% a 10% para 4,5% a 5,5%", pontuou.

Ele disse que o resultado do segundo trimestre foi melhor que o esperado pelo mercado e que o desempenho da economia brasileira também deve ser melhor para o ano. ​

O presidente do BC apontou uma segunda onda de contaminações como o maior desafio para a recuperação econômica. Além disso, ele falou do fator medo, que pode mudar o comportamento de consumo das pessoas.

A projeção de Campos Neto é mais otimista que as estimativas do mercado e do governo para o ano que vem. De acordo com o boletim Focus do BC desta semana, economistas disseram acreditar que o PIB vai crescer 3,5% em 2021.

Já o governo espera alta de 3,2%, segundo o projeto de Orçamento (PLOA) de 2021.

Sobre a extensão do auxílio emergencial, ele ressaltou a importância da austeridade fiscal. "Temos que cuidar dos mais vulneráveis, mas precisamos entender que temos limitações fiscais", reforçou.

Em sua visão, é impossível manter juros baixos e inflação baixa sem disciplina fiscal. "O mercado vai punir o Brasil se tivermos más notícias no âmbito fiscal", afirmou.

Campos Neto frisou que, em outros países, os governos se preocupam com o retorno da crise e que medidas terão que voltar ao Congresso para serem revertidas, mas que, no Brasil, não há o entrave porque elas expiram.

"Alguns países estão organizando como será a saída, mas no Brasil já temos tudo organizado, porque as medidas têm data para terminar", explicou.

Tombo do PIB

Na terça-feira (1º) o IBGE divulgou PIB do segundo trimestre, que registrou retração inédita de 9,7% na comparação com os três meses anteriores.

Esse foi o período mais intenso dos efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus, como mostraram também dados de outros países.

Em relação ao mesmo período de 2019, o PIB (Produto Interno Bruto) caiu 11,4%. Ambas as taxas foram as quedas mais intensas da série, iniciada em 1996, segundo o IBGE.

O IBGE também revisou o resultado do primeiro trimestre de uma queda de 1,5% para retração de 2,5%.

Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam retração de 9,2% na comparação com o trimestre anterior e de 10,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

Com essas duas quedas, o PIB está no mesmo patamar do final de 2009, segundo o IBGE, auge dos impactos da crise global provocada pela onda de quebras na economia americana.

Segundo dados compilados pela OCDE, entre quase 30 economias que já divulgaram o resultado do segundo trimestre, a retração do PIB ficou em 9,5% na média. Entre os países membros da entidade, foi de 9,8%

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