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Centrais sindicais lançam abaixo-assinado e mobilização por auxílio de R$ 600 até dezembro

Sindicatos querem levar discussão a estados e municípios para ganhar apoio contra redução

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São Paulo

​As 11 centrais sindicais brasileiras lançaram nesta quinta (17) uma campanha pela manutenção do valor do auxílio emergencial em R$ 600 até o mês de dezembro. A mobilização inclui um abaixo-assinado e peças de divulgação com palavras de ordem como #600peloBrasil e “Bota pra votar já, Maia”.

A partir da próxima semana, os representantes das centrais devem começar articulações em Brasília (DF) com parlamentares da oposição e que sejam simpáticos à manutenção do valor do benefício.

Eles também já solicitaram audiências com os presidentes da Câmara, deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Maia, porém, acaba de ser diagnosticado com Covid-19 e está em isolamento.

No início de setembro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) encaminhou ao Congresso Nacional uma medida provisória reduzindo o valor do auxílio pela metade.

Centrais sindicais lançaram mobilização nesta quinta (17) - Jaélcio Santana-14.fe.20/Força Sindical

Além da redução para R$ 300, a MP 1.000 cortou também o alcance do benefício, o que resultará na exclusão de 6 milhões de pessoas. O benefício começou a ser pago em abril a beneficiários do Bolsa Família, trabalhadores desempregados e autônomos que ficaram sem poder trabalhar devido às políticas de quarentena e distanciamento social.

A preocupação das centrais sindicais é que o governo atue para que a MP não seja votada e caduque –as medidas provisórias começam a valer no dia em que são publicadas no "Diário Oficial da União" e precisam ser votadas em 120 dias para que virem lei.

Ex-diretor-técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o sociólogo Clemente Lúcio Ganz, afirmou que colocar a medida em discussão é a condição para que as centrais consigam aumentar o valor do benefício para R$ 600. A campanha pede também a manutenção do pagamento de R$ 1.200 a mães que são chefes de família.

Segundo o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, as articulações regionais, no estados e municípios, serão importantes para que a campanha ganhe força. "A crise econômica e social em consequência da pandemia teria sido muito mais grave se não fosse o auxílio emergencial."

Em entrevista coletiva virtual, o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Sergio Nobre, disse que as centrais precisam marcar posição. Ele defende que o pagamento dos R$ 600 foi uma conquista do movimento sindical.

“O governo dizia que não tinha dinheiro, depois que só podia pagar menos. Esse valor saiu por pressão do movimento sindical e o governo tem condições de manter o valor”, afirmou.

Para Nobre, a redução no valor vai colocar a população em situação de desespero, além de ser importante instrumento para a manutenção da atividade econômica. Por isso, disse, o governo precisa também apresentar um plano de retomada da economia por meio de obras de infraestrutura, que permitam a criação de empregos.

O presidente da UGT (União Geral do Trabalhadores), Ricardo Patah, que é também presidente do Sindicato dos Comerciários em São Paulo, afirmou que o valor do auxílio foi importante para manter alguma atividade no setor de comércio e serviços.

Presidente da CTB (Central do Trabalhadores do Brasil), Adilson Araújo, disse que as centrais devem brigar pela autoria do benefício. “O governo capitaliza o efeito positivo do benefício, mas quem brigou com ele foram as centrais, os movimentos sociais”, afirmou. “O Bolsonaro foi contra o auxílio emergencial e temos que desmascará-lo.”

O manifesto pela manutenção do valor atual do auxílio emergencial é assinado por CUT, Força, UGT, CTB, CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros) , NCST (Nova Central Sindical dos Trabalhadores), CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), Intersindical, CSP-Conlutas, Intersindical e Pública. O abaixo-assinado pode ser acessado neste link.

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