Siga a folha

Descrição de chapéu
Economia em debate

Risco é país voltar à morosidade econômica que marcou 2017-2019

Resignação com baixo crescimento cobraria um preço elevado do ponto de vista social

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Rafael Cagnin

Economista chefe do IEDI (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial)

A economia brasileira, como já se esperava, levou um tombo no segundo trimestre de 2020 devido à pandemia de Covid-19. Muito disso decorreu diretamente das necessárias medidas de isolamento social e distanciamento físico, mas o quadro de grande incerteza também restringiu o crédito e bloqueou decisões de gasto das famílias e empresas.

As ações emergenciais adotadas pelo governo, a despeito dos problemas de implementação e desenho, mitigaram os efeitos negativos, mas mesmo assim o PIB só não apresentou uma queda de dois dígitos graças à contribuição positiva do setor externo. As exportações cresceram, embora pouco, e as importações despencaram junto com a demanda interna.

Ao que tudo indica, o segundo trimestre foi o pior momento da crise da Covid-19. A questão agora é que tipo de recuperação teremos. O perigo é voltarmos à morosidade que marcou o período 2017-2019.

E isso porque o impacto negativo da pandemia se sobrepôs às perdas anteriores de 2015-2016. Tanto é que, tomados os dados da série com ajuste sazonal, o PIB permanece 14% inferior ao do final de 2014. A resignação com o baixo crescimento cobrará um preço elevado do ponto de vista social e dificultará a modernização do nosso tecido produtivo.

Enquanto não for desenvolvida e distribuída vacina ou tratamento eficaz contra a Covid-19, dificilmente haverá completa normalização das atividades econômicas. Por essa razão, como alertam os organismo multilaterais, pode ser necessária a continuidade dos programas de apoio a empresas e famílias, que devem, entretanto, passar por ajustes graduais e progressivos em adequação às mudanças de quadro.

Dar mais robustez à recuperação também passará pela priorização de gastos públicos com maior efeito multiplicador e pela construção de consensos em torno de importantes reformas estruturais, a começar pela reforma tributária. A redução das atuais incertezas nesta matéria e o avanço na ampla simplificação do sistema de impostos teriam efeitos positivos tanto no longo como no curto prazo.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas