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Consumo puxa alta de 2,9% de novos empréstimos em setembro

Tanto para empresas quanto para famílias linhas ligadas ao comércio apresentaram elevação

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Brasília

Com o arrefecimento do isolamento social e a alta no consumo, os bancos emprestaram R$ 367 bilhões em setembro, alta de 2,9% em relação a agosto. Os dados foram divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira (26).

Houve alta na concessão de crédito tanto para empresas, de 2,3%, quanto para famílias, de 5,7%. A variação foi registrada com ajuste sazonal, que retira peculiaridades do período, como número de dias úteis a mais ou a menos, para facilitar a comparação.

A expansão foi puxada por linhas que são diretamente ligadas ao consumo, como cartão de crédito à vista (3,6%) e aquisição de veículos (9,6%), ambos de pessoas físicas.

Do lado das empresas, modalidades que precisam de vendas para gerar garantias, como desconto de duplicatas (18,3%) e antecipação de recebíveis (19,8%) cresceram no mês.

“Antecipação de recebíveis e desconto de duplicatas têm crescimento sazonal em setembro, é o início da preparação para vendas de fim de ano. Ainda assim, é um movimento importante no contexto atual, sinaliza recuperação das empresas”, analisou o chefe-adjunto do departamento de estatísticas do BC, Renato Baldini.

A concessão de crédito pessoal para pessoas físicas aumentou 20,3%, mas o consignado —que é descontado diretamente na folha de pagamento— recuou 0,8%.

Operações para capital de giro para empresas cresceram 27,9% em setembro. Em contrapartida, a conta garantida, que é uma linha semelhante ao cheque especial (de curto prazo e juros mais altos), caiu 8,2%.

Já o crédito imobiliário, que foi responsável pelo aumento nos empréstimos em agosto, teve expansão de 44,7% para empresas, mas registrou queda de 1,2% para as famílias em setembro.

No acumulado do ano, os bancos emprestaram 6% a mais que no mesmo período de 2019, com alta de 14,1% para empresas, alavancada por programas de estímulo ao crédito do governo e do BC para fazer frente à crise, e de 0,9% para as famílias.

“Temos fatores favoráveis ao mercado de crédito e à redução do custo, como o nível da taxa básica de juros [Selic] e o advento de programas de crédito direcionado”, explicou Baldini.

Com isso, a carteira de crédito do sistema financeiro, que representa o total de recursos emprestados, alcançou R$ 3,8 trilhões em setembro, alta de 1,9% no mês e 13,1% em 12 meses.

A taxa média de juros das operações contratadas em setembro ficou em 18,1% ao ano, que representa queda de 0,5 ponto percentual no mês e de 5,9 pontos percentuais em 12 meses.

“Observamos um aumento no saldo de modalidades com juros menores e, em consequência, queda em linhas mais caras, como cheque especial e cartão de crédito rotativo. Isso impactou também na redução da média das taxas de juros, no que chamamos de efeito composição”, explicou o técnico do BC.

O spread, diferença entre a taxa que os bancos pagam para captar recursos e a taxa cobrada em empréstimo, ficou em 14,3 pontos percentuais, redução de 0,6 ponto e de 4,5 pontos, nos mesmos períodos.

A inadimplência alcançou, mais uma vez, o menor patamar da série histórica, iniciada em março de 2011, com 2,4% em setembro. Em agosto, o índice já tinha sido o mais baixo do período, com 2,6%.

O pagamento de auxílios do governo e a prorrogação das parcelas dos empréstimos evitaram a alta dos calotes em meio à pandemia.

“Não observamos focos de inadimplência, há crescimento nas renegociações. Pela expansão do crédito, poderíamos prever aumento no comprometimento de renda das famílias, o que poderia gerar risco, mas na prática esse comprometimento tem evoluído de forma positiva também”, afirmou Baldini.

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