Eleição nos EUA leva OMC a adiar escolha de nova diretora
Governo Trump havia se recusado a apoiar a ex-ministra nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala; opções seriam discutidas na segunda (9), mas entidade adiou nesta sexta a reunião
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Com a apuração da eleição americana apontando para uma possível vitória do candidato democrata, Joe Biden, a OMC (Organização Mundial do Comércio) adiou nesta sexta (6) a reunião que discutiria a escolha de sua nova diretora-geral, prevista para segunda (9).
A reunião havia sido convocada depois que o governo de Donald Trump se recusou a apoiar a ex-ministra das Finanças nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala, candidata preferida pela maioria dos 164 países membros da OMC.
Dezenas de governos se pronunciaram contra a posição americana no final de outubro, afirmando que os Estados Unidos estavam tentando obstruir e enfraquecer a organização que regulamenta o comércio internacional.
Os EUA já haviam paralisado o principal tribunal de soluções de controvérsias da OMC, o chamado Órgão de Apelação, ao bloquear a indicação de ministros. Trump se queixa de que a OMC privilegia a China e é injusta com os Estados Unidos.
Com a recusa de Trump em apoiar Ngozi Okonjo-Iweala, a OMC tinha escolhas difíceis pela frente, já que as decisões no órgão são tomadas por consenso.
A maioria dos membros não está disposta a apoiar a ministra do comércio internacional da Coreia do Sul, Yoo Myung-Hee, que tem o apoio de Trump, o que poderia abrir caminho para uma eleição, em que o próximo diretor-geral seria escolhido por maioria qualificada.
Seria uma ação inédita, porém, e poderia aumentar ainda mais os atritos dos Estados Unidos com a OMC.
Outra opção, se não conseguir convencer o atual representante americano a aceitar a ex-ministra nigeriana, é até 20 de janeiro, quando acontece a posse de Joe Biden, caso sua eleição seja confirmada.
Embora o democrata não tenha dado declarações sobre a escolha para a direção-geral da OMC, ele já deixou claro que valoriza as instituições multilaterais, e espera-se no mínimo mais diálogo.
Durante a campanha eleitoral, o consultor de política externa do candidato democrata defendeu a reparação de “relações comerciais e econômicas que estavam em desordem”.
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