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Varejo tem alta de 0,6% em setembro, aponta IBGE

Crescimento no mês desacelerou em comparação com ritmo apresentado até então

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Rio de Janeiro

O comércio brasileiro voltou a crescer em setembro, mas desacelerou em comparação ao ritmo demonstrado nos quatro meses anteriores e fechou com alta de 0,6% em comparação com agosto, informou nesta quinta-feira (11) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em julho, o volume de vendas do varejo já havia atingido o maior patamar da série histórica da pesquisa e também havia apontado recuperação das perdas com a pandemia.

O crescimento registrado vem perdendo força, com redução no crescimento nos meses anteriores, com registros de 12,2% em maio, 8,7% em junho, 4,7% em julho e 3,1% em agosto.

O indicador vem sinalizando a retomada das vendas com o fim do isolamento social. O auxílio emergencial de R$ 600 no período é apontado como fator de impulsionamento das vendas no varejo no período, mas a partir de setembro o benefício caiu pela metade.

Na comparação com setembro de 2019, o comércio cresceu 7,3%. No acumulado do ano, o varejo registra estabilidade (0,0%), após seis meses no campo negativo. Já o acumulado nos últimos 12 meses aumentou 0,9%, de acordo com dados divulgados pelo IBGE.

Segundo o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, a diminuição do ritmo de crescimento é natural.

“A desaceleração representa uma acomodação, porque as quedas de março e abril foram muito expressivas, o que fez com que os meses seguintes de recuperação também tivessem altas intensas. A desaceleração é como se a série estivesse voltando à normalidade”, disse Santos.

Na comparação trimestral, o crescimento de julho a setembro foi de 17,2% com relação aos três meses anteriores, um recorde na série histórica. O desempenho se deve ao patamar muito baixo em meio à pandemia.

“Isso ocorreu porque os trimestres anteriores apresentaram desempenho muito baixo: -1,9% no primeiro e -8,5% no segundo. Em relação ao terceiro trimestre de 2019, o aumento é de 6,3%, a maior alta desde 2014”, afirmou o gerente da pesquisa.

Cinco das oito atividades pesquisadas tiveram crescimento em agosto: livros, jornais, revistas e artigos de papelaria (8,9%); combustíveis e lubrificantes (3,1%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (2,1%); equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (1,1%) e móveis e eletrodomésticos (1,0%).

A atividade de livros, jornais, revistas e artigos de papelaria, embora continue negativa em indicadores, como o acumulado do ano e nos últimos 12 meses, teve uma recuperação grande em setembro, afirmou o IBGE.

Já os ramos de móveis e eletrodomésticos, equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, continuam com crescimento. "Parte desse desempenho pode estar relacionado à ida ao home office, embora já estejamos vivenciando a abertura", analisou o gerente da pesquisa.

Em contrapartida, caíram os segmentos de tecidos, vestuário e calçados (-2,4%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,6%); e hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0.4%).

O comércio varejista ampliado –que também computa os segmentos de veículos e materiais de construção– cresceu 1,2%, quinta variação positiva consecutiva.

O setor de veículos, motos, partes e peças teve alta de 5,2%, mas ainda está 18,1% negativo no acumulado do ano, estando no campo negativo desde março, enquanto material de construção cresceu 2,6% com relação a agosto.

“Veículos, motos, partes e peças ainda está 9,3% abaixo do nível de fevereiro e é um dos setores que mais sofreu e que está demorando mais a tomar tração”, disse Cristiano Santos.

​Outros setores

Na semana passada, a produção industrial brasileira emendou o quinto mês consecutivo de alta após tombo recorde causado pela pandemia de Covid-19 e eliminou as perdas do pior período da crise. O crescimento do setor em setembro foi de 2,6% em comparação com o mês anterior, de acordo com dados do IBGE.

Nos cinco meses de recuperação, o setor industrial compensou a perda de 27,1% entre março e abril, quando a pandemia atingiu o país e levou ao fechamento de comércio, bares, restaurantes e shoppings, a fim de promover o isolamento social para conter o avanço do coronavírus.

Com o resultado de setembro, a produção industrial superou em 0,2% o patamar pré-pandemia, em fevereiro.

​O setor de serviços é o único que ainda não recuperou as perdas da pandemia —em agosto, estava 9,8% abaixo do verificado antes da chegada da Covid-19 ao país. Já o varejo está 8,9% acima do patamar de fevereiro, superando as perdas acumuladas na crise.

A pandemia também segue deteriorando o mercado de trabalho no Brasil. A taxa de desemprego atingiu o patamar inédito de 14,4% no trimestre encerrado em agosto, totalizando 13,8 milhões de pessoas sem trabalho —uma alta de 8,5% frente a maio e 9,8% quanto a agosto de 2019. Mas, ao mesmo tempo, a população ocupada também caiu de forma expressiva.

Desde maio, são 4,3 milhões de pessoas a menos sem trabalho, que provavelmente, avalia o IBGE, perderam seus postos, uma queda de 5%. Já na comparação anual, são 12 milhões de brasileiros que deixaram a população ocupada, alta de 12,8%.

Ainda cresceram outros indicadores que mostram um retrato de restrição no mercado de trabalho.

A população subutilizada aumentou 20% em um ano, o que equivalem a 5,6 milhões de brasileiros a mais trabalhando menos horas do que gostariam. No total, hoje, 33,3 milhões estão nessa situação. Desde maio, o aumento foi de 3 milhões.

Os desalentados, ou seja, que desistiram de procurar emprego por acreditarem que não vão encontrar uma vaga, alcançaram 5,9 milhões. São 440 mil a mais desde maio e 1,1 milhão desde agosto do ano passado.

Tanto os subutilizados quanto os desalentados são recordes na série histórica.

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