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Funcionários da Airbnb poderão trabalhar de onde quiserem

Medida foi anunciada nesta quinta (28) pelo fundador da empresa, Brian Chesky

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São Paulo

Funcionários do Airbnb poderão trabalhar de qualquer lugar dentro de seus países, comunicou o presidente-executivo da empresa de alugueis por temporada Brian Chesky em um email à sua equipe na tarde desta quinta-feira (28).

"Há duas décadas, as startups do Vale do Silício popularizaram a ideia de ambientes integrados e regalias nos locais de trabalho, que foram logo adotados ao redor do mundo", afirmou. "De forma semelhante, as startups de hoje abraçaram o home office e a flexibilidade, e eu acho que esse vai ser o modo de trabalho predominante em 10 anos."

Sede do Airbnb em San Francisco, na Califórnia - Gabrielle Lurie - 2.ago.2016/Reuters

A novidade faz do Airbnb uma exceção entre as grandes empresas de tecnologia —por enquanto, Apple, Meta, Microsoft e Google planejam a volta ou já retornaram aos escritórios, ainda que de forma híbrida ou de parte da equipe em alguns casos.

No caso da Airbnb, há casos de trabalhadores que precisam estar em locais específicos, mas a medida vale para a "vasta maioria dos funcionários", que poderão trabalhar tanto de casa quanto do escritório, segundo Chensky.

Os que quiserem mudar de cidade deverão ficar no país em que foram contratados e não verão seus salários diminuírem ou aumentarem, independentemente de diferenças de custo de vida. A partir de setembro, porém, será possível trabalhar de quase qualquer lugar do mundo —170 países— por 90 dias no ano.

Também estão previstos encontros da equipe a cada trimestre.

Vinay Gaba, líder de tecnologia da empresa, escreveu em sua conta no Twitter que esperava flexibilidade, mas que o anúncio era "o melhor cenário que alguém poderia esperar". "Que bom que nossa equipe conseguiu fazer acontecer", afirmou.

O novo modelo animou também Fabiana Nogueira, estrategista de mídia na área de relações governamentais da empresa. "Eu fiquei muito empolgada com esse anúncio. Viajar é uma das coisas que mais amo fazer na vida", conta ela.

A última vez que esteve no escritório do Airbnb, que fica a 15 minutos da sua casa em São Paulo, foi na sexta-feira pré-lockdown, em março de 2020.

Naquela época, morava ainda mais perto do trabalho. Na mudança, preferiu continuar nas redondezas. "Eu escolhi um apartamento perto do escritório, caso a gente fosse voltar em algum momento. Ninguém imaginou que a pandemia fosse durar dois anos", afirma.

Fabiana Nogueira, estrategista de mídia na área de relações governamentais do Airbnb - Reprodução

Especialmente naquele início do isolamento, Fabiana não escapou da chamada "fadiga do Zoom", como ficou conhecida a exaustão de telas e reuniões online, mas combateu o cansaço com mais exercícios físicos e horário de trabalho bem delimitado.

"Montei um grupo de yoga com as minha amigas no Zoom. Era um jeito de a gente fazer alguma coisa junto sem estar olhando para a tela", conta.

Fabiana já tinha experimentado a flexibilidade agora formalizada pelo CEO da empresa.

Desde antes da pandemia, não era obrigada a estar no escritório, então ia de duas a três vezes por semana, conforme as demandas do dia. Nos últimos dois anos, trabalhou da Argentina e do México, por exemplo, quando a agenda batia com a do seu namorado, que é produtor de cinema e trabalha presencialmente.

A ideia, por enquanto, é continuar em São Paulo, mas usufruindo do novo modelo de trabalho. "Já vê aí quando você pode viajar para a gente passar um período em outro país", disse ao namorado após o anúncio do CEO.

Desde que a pandemia tornou o trabalho remoto uma possibilidade, Chesky virou um entusiasta do modelo de trabalho —que pode beneficiar o seu negócio. Em janeiro, ele anunciou que agora "morava no Airbnb". Voltaria para San Francisco com alguma frequência, mas não permaneceria ali —nem em cidade alguma por mais de algumas semanas.

No último email, o empresário defende a sua ideia: a flexibilidade do trabalho permite que sejam recrutados talentos de qualquer lugar, não só dos arredores do escritório, e aumentaria a diversidade entre os funcionários.

Um de seus maiores trunfos, porém, é a manutenção da empresa durante a pandemia, quando os funcionários estavam trabalhando de casa. Em junho de 2020, três meses após a OMS (Organização Mundial da Saúde) classificar a Covid-19 como pandemia, Chesky falou sobre a crise que o Airbnb enfrentava em uma entrevista à CNBC.

"Demoramos 12 anos para construir o negócio do Airbnb e perdemos quase tudo em questão de quatro a seis semanas", afirmou na época. Ainda em 2020, o empresário listou a companhia na Bolsa de Valores de Nova York, no maior IPO (oferta pública de ações, na sigla em inglês) do ano dos Estados Unidos. "Reconstruímos a empresa do zero, abrimos o capital, atualizamos todo o nosso serviço e registramos ganhos recordes, tudo isso trabalhando remotamente", escreveu ele na mensagem aos funcionários.

Assim como outras empresas de tecnologia, porém, o Airbnb patina. Desde a estreia na Bolsa suas ações já caíram 24,92%, entre altos e baixos.

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