Equador expulsa embaixador da Venezuela após chavista criticar presidente

Ministro de Maduro disse que Lenín Moreno mentiu sobre volume de crise migratória

O presidente do Equador, Lenín Moreno, discursa na Assembleia-Geral da ONU; discurso foi criticado pelo ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez - Carlo Allegri - 25.set.18/Reuters

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Quito e Caracas | AFP e Reuters

O governo do Equador expulsou nesta quinta-feira (18) o embaixador da Venezuela em Quito em retaliação a críticas do ministro das Comunicações venezuelano, Jorge Rodríguez, ao presidente Lenín Moreno.

Ao comentar o discurso do equatoriano na Assembleia-Geral da ONU, em que ele citou a imigração de venezuelanos ao país, Rodríguez chamou Moreno de mentiroso e disse que ele foi ordenado para montar a crise migratória, que chamou de farsa.

O presidente equatoriano respondeu: “A ofensa de um miserável sempre enobrece”. Em retaliação, Caracas expulsou a encarregada de negócios equatoriana, Elizabeth Méndez, que já estava em Quito para consultas.

O Equador, forte aliado do chavismo durante o governo de Rafael Correa (2007-17), chamou Méndez para consultas. Em meio à polêmica, Maduro declarou que ama o Equador, mas disparou contra Moreno.

“A história só recorda os valentes, os leais. Os traidores e os covardes serão esquecidos (...). Todos que se metem com a Venezuela secam, e os traidores de ontem e de hoje secarão”.

A Chancelaria venezuelana classificou de extravagante, intolerante e desproporcional a reação do Equador às declarações de Rodríguez. “Moreno, em um inaudito ato de agressão contra a Venezuela, dedicou um quarto do tempo de sua intervenção para mentir sobre a realidade do fenômeno migratório.” 

Segundo a Chancelaria, o equatoriano “mentiu” sobre o volume de emigrantes, sobre a atenção que os venezuelanos recebem no Equador e sobre as condições de saúde no país.  “É evidente que toda esta falaciosa e hostil argumentação (...) são mera consequência do novo papel atribuído ao governo equatoriano” por Washington, acrescentou.

O governo socialista venezuelano nega que haja uma crise humanitária pela situação socioeconômica, e diz que isso faz parte da campanha internacional contra Maduro.

A ONU calcula que cerca de 1,9 milhão de pessoas deixaram a Venezuela desde 2015, a maioria para países da região, principalmente Colômbia, Peru e Brasil.

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