Atos antirracismo ganham tração fora dos EUA e recebem apoio de ONU e UE
'Condenamos todo tipo de racismo', diz chefe de diplomacia da União Europeia
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Após o assassinato de George Floyd, homem negro cujo pescoço foi prensado no chão pelo joelho de um policial branco em 25 de maio, protestos pelo fim do racismo e da brutalidade policial eclodiram nos EUA.
Agora, organizações internacionais também se manifestam sobre o caso. Nesta terça-feira (2), o chefe de diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, afirmou em discurso televisionado que a organização está “chocada” e “horrorizada” com a morte de Floyd.
Para Borrell, todas as sociedades devem se manter vigilantes em relação ao uso força e todos têm direito de realizar protestos pacíficos. “Nós condenamos todo tipo de racismo. Todas as vidas importam, vidas negras também importam”, completou.
A alta comissária da Nações Unidas para os direitos humanos, Michelle Bachelet, disse em comunicado que os protestos nos EUA jogam luz não só sobre a violência policial contra pessoas negras, mas também sobre a desigualdade histórica vivida por essa população no acesso a saúde, educação e ao mercado de trabalho.
Essas desigualdades, afirmou Bachelet, têm sido ignoradas há tempos e acabaram expostas também pela pandemia de coronavírus.
No último domingo (31), centenas de pessoas protestaram em Londres e em Berlim em solidariedade aos atos americanos.
Na cidade britânica, manifestantes ajoelharam na Trafalgar Square, bradaram gritos como "sem justiça, sem paz" e marcharam até a sede do Parlamento e a embaixada dos EUA na cidade.
Em Berlim, centenas de protestantes também foram até a embaixada americana, com cartazes com frases como "justiça para George Floyd" e "parem de nos matar".
Na segunda-feira (1º), centenas de pessoas ocuparam a praça Dam, em Amsterdã, contra a morte do segurança. No mesmo dia, manifestantes parisienses se ajoelharam em frente à embaixada americana segurando cartazes com a frase “eu não consigo respirar”, repetida diversas vezes por Floyd antes de morrer.
Protestos também aconteceram ao longo do fim de semana na Bélgica, na Dinamarca, na Espanha, na Grécia e no Canadá. Na Cidade do México, rosas e desenhos de Floyd foram pendurados nos portões da embaixada americana.
Nesta terça (2), atos em Sydney, na Austrália, repudiavam tanto o assassinato de Floyd quanto o uso excessivo de força na prisão de um adolescente de origem aborígene.
Gritos de "sem justiça, sem paz" também foram ouvidos nas ruas de Paris nesta terça.
Segundo o jornal Le Figaro, cerca de 15 mil pessoas se reuniram em frente ao Tribunal de Justiça para protestar contra a morte do jovem negro Adama Traoré. Ele morreu em 2016, duas horas após ter sido abordado pela polícia em Beaumont-sur-Oise, a 65 km da capital.
A causa da morte ainda não foi determinada pela Justiça. Nos últimos quatro anos, foram realizadas quatro perícias com resultados divergentes, de acordo com o Le Parisien. Duas delas concluem que Traoré foi asfixiado.
A polícia proibiu o ato com base nas regras de combate ao novo coronavírus —são permitidas apenas aglomerações de até dez pessoas.
Houve confrontos entre a multidão e a polícia, que usou bombas de gás lacrimogêneo. Os manifestantes dispararam fogos de artifício e acenderam fogueiras com restos de material de construção de obras próximas ao tribunal.
Já os usuários do Instagram viram, também nesta terça, as tradicionais selfies e fotos de pães feitos da quarentena e publicadas na rede social darem lugar a quadrados pretos.
Sob o nome de “Blackout Tuesday” (apagão da terça-feira), as postagens se tornaram a versão virtual —e silenciosa— das manifestações que tomaram as ruas dos Estados Unidos na última semana.
Criado por duas executivas negras da indústria da música, Jamila Thomas e Brianna Agyemang, a ideia por trás da iniciativa é “perturbar intencionalmente a semana de trabalho”, como explicam no site do manifesto, intitulado #TheShowMustBePaused (o show tem que parar).
“A segunda-feira sugere um fim de semana prolongado, e não podemos esperar até sexta-feira para a mudança. [2 de junho] é um dia de pausa para uma conversa honesta, reflexiva e produtiva sobre quais ações precisamos tomar, coletivamente, para apoiar a comunidade negra”, acrescentam.
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