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De 25 países, Brasil é 2º com menor apoio à legalização do aborto, diz pesquisa

Número de brasileiros favoráveis à permissão caiu de 2019 para 2020, sugere estudo

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Viçosa (MG)

O Brasil é o segundo país, em uma lista de 25, com menos pessoas favoráveis à legalização do aborto, segundo uma nova pesquisa feita com 18 mil entrevistados pelo instituto Ipsos.

Os dados, divulgados na terça (18), mostram que só 16% dos brasileiros afirmam acreditar que a prática deveria ser permitida em qualquer caso, ou seja, sempre que a mulher desejar. A média global é de 44%.

O apoio recuou consideravelmente desde o ano passado: enquanto 61% dos brasileiros entrevistados em 2019 disseram ser favoráveis à legalização do aborto em qualquer circunstância ou em alguns casos, como o de estupro, neste ano o número dessas duas categorias somadas baixou para 53%.

Ativistas a favor da legalização do aborto protestam em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro - Mauro Pimenel - 8.ago.18/AFP

No ranking mundial, a Malásia é o país menos favorável à autorização da interrupção da gravidez por vontade da mulher, com 10% de respostas positivas. O Brasil vem em seguida, empatado com o Peru.

Na outra ponta, aparecem a Suécia, com 76% de pessoas que consideram que o aborto deve ser permitido sempre que a mulher desejar, o Reino Unido, com 67%, e a França, com 66%.

Pela lei brasileira, o aborto é autorizado em casos de gravidez resultante de estupro ou quando há risco de morte para a gestante.

Neste mês, o caso de uma menina de dez anos que engravidou vítima de estupro pelo tio teve repercussão nacional. Após ter o direito ao aborto negado no Espírito Santo, onde vive, ela viajou para Pernambuco, onde realizou o procedimento sob protestos de grupos conservadores na porta do hospital.

Dos brasileiros entrevistados pelo instituto Ipsos, o maior grupo (38%) é o dos que afirmam acreditar que o aborto deve ser permitido em determinadas circunstâncias, como em caso de estupro.

Em seguida, vêm 21% que dizem crer que a interrupção da gravidez não deve ocorrer em momento nenhum, a não ser quando a saúde da grávida estiver em risco.

Depois vêm os 16% que apoiam a permissão em qualquer circunstância e outros 13% que acham que não deve ser aceito por lei em nenhum caso.

Também no Brasil, o índice dos favoráveis à descriminalização da interrupção da gravidez em qualquer caso é ligeiramente maior entre mulheres (17% contra 15% dos homens), entre os que têm menos de 35 anos (22% contra 10% dos que têm mais de 50 anos) e com maior escolaridade (21% contra 5% dos menos escolarizados).

No recorte por região do mundo entre os 25 países do estudo, a Europa é o continente mais permissivo, com 58% dos entrevistados respondendo que o aborto deve ser permitido sempre que a mulher desejar e 22%, em determinadas circunstâncias, totalizando 80%.

Na América do Norte, 47% são totalmente a favor e 24% são favoráveis em certos casos, somando 71%. Na Ásia e no Pacífico, os índices são de 43% e 28%, respectivamente, totalizando 71% também.

Já na América Latina o total de apoio é de 62%, com 26% favoráveis à interrupção legal da gravidez em qualquer caso e 36%, em algumas situações. No Oriente Médio e na África, os números são de 38% de apoio total e 22% em certos casos, somando 60%.

Para o levantamento, o Ipsos entrevistou 17.997 adultos em 25 países entre 22 de maio e 5 de junho.

No Brasil, foram mil pessoas, em uma amostra que corresponde a uma parcela mais urbana, escolarizada e conectada do que a média da população. A margem de erro para o país é de 3,5 pontos percentuais.

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