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FBI interrogará novamente no Brasil egípcio acusado de terrorismo

Caso ficou conhecido após ele aparecer em lista de procurados da polícia dos EUA

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Viçosa (MG)

O FBI (a polícia federal americana) voltará a interrogar o egípcio Mohamed Ahmed Elsayed Ahmed Ibrahim, que vive no Brasil e é investigado pelo órgão por suspeita de terrorismo. Agentes virão dos EUA para a oitiva, que ficou marcada para os dias 28 e 29 de setembro.

O caso de Ibrahim ficou conhecido depois que o nome e fotos dele apareceram na lista de procurados do FBI no Twitter, como suspeito de ter auxiliado no planejamento de ataques contra os EUA e oferecido apoio material ao grupo terrorista Al Qaeda.

A lista não explicava de quais ataques ele teria participado, e o nome de Ibrahim foi posteriormente retirado da relação por ele não estar mais foragido. A investigação na polícia americana continua e é sigilosa. Ele nega as acusações.

O novo interrogatório estava previsto desde agosto do ano passado, quando Ibrahim prestou depoimento pela primeira vez, durante oito horas, para agentes do FBI na sede do Ministério Público Federal em São Paulo.

Segundo seu advogado, Musslim Ronaldo Vaz, o agendamento foi feito nesta terça (15), com o intermédio da embaixada americana. Uma brasileira com quem o egípcio é casado desde 2018 também será interrogada, mas a mãe dela, que foi ouvida da outra vez, não deve ser chamada novamente.

Vaz afirmou que todos —os agentes americanos, Ibrahim, a mulher, o advogado e os tradutores— farão exames de Covid-19 antes do encontro.

No ano passado, em entrevista à Folha em sua casa, Ibrahim disse que ficou em choque quando viu seu nome no noticiário como suspeito e negou as acusações. No dia seguinte, entrou em contato com a Polícia Federal brasileira e, dois dias depois, prestou depoimento.

O inquérito sobre o caso na PF brasileira foi aberto a pedido do FBI e até o momento se mostrou inconclusivo, segundo o advogado do egípcio. Vaz afirma que desde agosto de 2019 não houve mais “nenhum tipo de diligência, interrogatório ou ação da PF” em relação a seu cliente.

No depoimento do ano passado, o FBI deu a entender que suspeita que uma empresa de transporte da qual ele é proprietário na Turquia, onde morou antes de vir para o Brasil, levasse terroristas para áreas de conflito, como a Síria.

Ibrahim disse na entrevista à Folha que só transportava turistas e que nunca machucou ninguém. Seu advogado afirmou que não foram apresentadas provas que o relacionassem a nenhum crime.

O egípcio disse não saber por que o FBI está atrás dele, mas afirmou acreditar que o governo do Egito o delatou aos EUA devido a seu ativismo político. Ele é membro do Al-Banna’ wa al-Tanmiyya, partido que apoia o ex-presidente Mohamed Mursi, que assumiu após a queda do ditador Hosni Mubarak durante a Primavera Árabe, em 2012.

Segundo ele, após a divulgação de seu nome pelo FBI, vizinhos tentaram expulsá-lo do prédio onde vive em São Paulo e seus familiares no Egito foram detidos por alguns dias.

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