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Repique de coronavírus bate recorde na Espanha, mas causa menos mortes

Número de novos casos supera os de abril, mas idade média dos infectados agora é de 37 anos, contra 60 no primeiro pico

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Bruxelas

A temida segunda onda de infecção pelo novo coronavírus veio mais mansa na maioria da Europa, mas, na Espanha, está mais alta do que nunca.

O número de novos casos confirmados de Covid-19 nos 14 dias encerrados nesta terça (1º) foi recorde desde o início da pandemia, segundo relatório da ECDC (agência europeia de doenças infecciosas).

Foram mais de 106 mil testes positivos nas duas semanas. Na primeira onda, o pico havia sido de 102 mil novos casos em 14 dias, em 5 de abril.

A nova maré de alta assusta menos agora, porém, porque não vem acompanhada de maior registro de mortes.

Professores e funcionários fazem fila para passar por teste de coronavírus antes de reabertura de escola em Madri - Gabriel Bouys/AFP

Foram 482 óbitos nas últimas duas semanas, muito longe dos 11 mil que ocorreram no começo de abril. Segundo números oficiais, a taxa de mortalidade (porcentagem de casos conhecidos que terminam em morte) é agora de 6,6%, pouco mais da metade dos 12% de maio.

Para o ministro da Saúde da Espanha, Salvador Ilia, o novo pico não justifica a adoção de uma nova quarentena, já que não há pressão sobre os hospitais. Só 6% dos leitos para contaminados pelo coronavírus estão ocupados, segundo ele.

Um dos países mais atingidos pela Covid-19 na Europa no primeiro semestre, a Espanha viveu um colapso no sistema de saúde e adotou um dos confinamentos mais rígidos, que foi relaxado em junho.

O número de novos casos começou a crescer em julho, com o início das férias de verão. Mas a maior parte dos novos diagnósticos se dá agora em pacientes jovens, com menos tendência a desenvolver casos graves e menos risco de morte.

A idade média dos infectados agora é de 37 anos, contra 60 anos durante a primeira onda.

Apesar da ressalva, a Espanha é hoje o país europeu em que o vírus cresce mais rapidamente, em relação à população. Foram 227 novos casos na quinzena para cada 100 mil habitantes, seis vezes os 37/100 mil do vizinho Portugal e nove vezes os 25/100 mil da Itália.

Esses dois países, assim como Alemanha e Reino Unido, também viram um crescimento dos novos casos, mas ainda bem abaixo da primeira onda. Já a França também se aproxima do pico anterior, mas os novos casos ponderados pela população são a metade dos registrados na Espanha.

Entre as possíveis causas para o fenômeno espanhol foram apontadas festas de rua e em casas noturnas e a permissão para um número maior de pessoas em reuniões familiares.

Um dos principais destinos turísticos do continente, o país também recebeu mais estrangeiros durante as férias, o que pode ter elevado a circulação do vírus.

Ainda que seja menos preocupante do ponto de vista da saúde, a segunda onda espanhola começa a fazer novos estragos na economia, pois países começaram a proibir viagens à Espanha ou exigir quarentena dos que chegam de lá.

O turismo é uma das principais fontes de criação de empregos na Espanha nesta época do ano e contribui com mais de 12% do PIB (produto interno bruto) do país.

Com uma taxa de desemprego de 15%, já alta em relação aos outros países do continente, o mercado de trabalho espanhol pode chegar ao final do ano com até 23,6%, segundo o Banco Central.

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