Com aumento de casos, EUA caminham para terceiro pico de coronavírus
Estados registraram recordes de infectados, e pandemia avança para o Centro-Oeste
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O número de novos casos de coronavírus nos Estados Unidos está acelerando mais uma vez, após ter reduzido o ritmo no meio do ano. Enquanto a geografia da pandemia está mudando para o Centro-Oeste e para áreas rurais, a maioria dos estados tem registros crescentes —inclusive com recordes.
No dia 10 de abril, quando Nova York era o epicentro do coronavírus no mundo, os EUA registraram 31.709 novos casos, e a média móvel de sete dias chegou ao pico da curva à época.
Em 19 de julho, foram 66.690 novos casos em 24 horas, na data que marcou o segundo pico. Na última terça-feira (13), foram 52.156 novos registros —e a média aponta para novo crescimento.
De acordo com a base de dados do New York Times, o país acabou de ultrapassar a marca de 8 milhões de infectados e vê a curva de novos casos acelerar em 41 de seus 50 estados, enquanto nenhum deles apresenta declínio. Nas últimas duas semanas, a curva de novos casos registrou crescimento de 23%, enquanto a de mortes segue estável.
Dezessete estados (incluindo Alasca, Minnesota, Montana e Wisconsin) apresentaram recorde de infectados nos últimos sete dias, mais do que em toda a pandemia até aqui.
É difícil comparar a quantidade de casos registrados atualmente com meses passados, uma vez que hoje se testa mais do que anteriormente. Mas o crescimento da curva em novas áreas do país pede atenção.
“Estamos indo na direção errada, e isso se reflete não só no número de novos casos, mas também na taxa de testes com resultado positivo e no número de hospitalizações”, afirma Caitlin Rivers, epidemiologista da Universidade Johns Hopkins. “Estes três fatores juntos mostram uma clara imagem de que a transmissão está acelerada.”
O crescimento desde meados de setembro tem sido especialmente preocupante no Centro-Oeste, onde os hospitais estão ficando mais cheios, e as áreas rurais têm registrado cada vez mais surtos.
“Estamos começando um platô muito mais alto que antes do verão”, afirma Rivers. “Podemos ver ainda mais casos durante o próximo pico do que durante o verão.”
A epidemiologista ressalta que a crescente capacidade de testes e o maior conhecimento sobre tratamentos eficazes contra o vírus são razões para otimismo. Mas ela alerta que o país vive o início da temporada de gripe e que as temperaturas baixas estão por vir com a chegada do outono e do inverno no hemisfério norte. “Acho que estamos em um lugar perigoso”, completa.
“O que está acontecendo na parte norte do Centro-Oeste é apenas um prenúncio do que está por vir no restante do país”, diz Michael Osterholm, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Minnesota.
Segundo ele, os altos níveis de infecção em escolas e universidades são focos de surtos. A transmissão também é forte em eventos como funerais, churrascos de família e festas de aniversário, ainda mais com a volta dos eventos esportivos.
“A fadiga da pandemia claramente atingiu boa parte da população”, afirma. “Não é apenas um crescimento, é um importante surto de casos que está acontecendo.”
Mesmo com a crescente de casos e após ele mesmo contrair o vírus, o presidente Donald Trump continua a diminuir o perigo da pandemia. À Fox Sports afirmou recentemente que não apoia medidas restritivas. “Nós não faremos mais 'lockdowns', nós estamos bem”, afirmou.
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