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EUA intensificam exercícios navais contra China às vésperas da eleição

Porta-aviões foi enviado pela terceira vez no ano ao disputado mar do Sul da China

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São Paulo

Se a temida "surpresa de outubro" não veio até aqui para tentar influenciar o rumo da eleição presidencial americana de 3 de novembro, o governo de Donald Trump está se ocupando de manter a China sob pressão em seu quintal geopolítico.

O porta-aviões USS Ronald Reagan treina no mar do Sul da China com dois navios japoneses, em julho - Marinha dos EUA - 13.jul.2020/via Reuters

Depois de conduzir o trânsito de um destróier pelo contestado estreito de Taiwan na quarta (14), os americanos enviaram pela terceira vez no ano o porta-aviões USS Ronald Reagan para o ainda mais disputado mar do Sul da China.

O gigantesco navio de propulsão nuclear, que opera 90 aeronaves, está acompanhado de um cruzador e de dois destróieres, além de navios de apoio.

"Continuamos nossa longa tradição de demonstrar o comprometimento dos EUA com o uso legal dos mares e de manter o acesso aberto a áreas comuns internacionais", resumiu em uma nota o chefe do grupo de ataque, almirante George Wikoff.

Essa vem sendo a tônica dos EUA no acirramento de sua Guerra Fria 2.0, promovida por Trump desde 2017 e que abarca relações diplomáticas, comerciais e militares.

Neste ano, pela primeira vez Washington considerou a pretensão chinesa de ter posse territorial sobre 85% do mar do Sul da China como ilegal.

O tribunal marítimo internacional já havia se pronunciado contra a transformação de atóis e ilhotas em bases militares com o fim de legitimar o pleito, mas Pequim não aceita o resultado.

Os chineses sistematicamente criticam um dos principais instrumentos de pressão dos EUA, os exercícios navais nessas águas e no espaço aéreo sobre elas. Analistas veem riscos reais de acidentes que possam levar a uma escalada.

Só neste ano, foram oito operações de liberdade de navegação no estreito de Taiwan, número já igual ao do ano passado. As idas de porta-aviões ao mar do Sul da China ocorrem com frequência desde 2015.

Aí entra o fator eleição. A tal "surpresa de outubro" é uma figura americana que sugere um evento que pode mudar o rumo de uma campanha eleitoral presidencial em seu último mês —conflitos com rivais estão sempre no topo da lista.

Ela não ocorreu ainda, e parece improvável que a presença do USS Ronald Reagan tenha a ver com isso, mas obviamente chamou bastante a atenção na mídia chinesa.

A operação segue uma linha de confronto e provocação com Pequim e, mesmo que Joe Biden seja o próximo presidente, como apontam hoje as pesquisas, nada indica que haverá uma mudança radical de rumo —a percepção da competição chinesa é bipartidária nos EUA.

Os americanos também tentam engajar seus aliados na região e fizeram uma reunião particularmente agressiva contra Pequim no começo deste mês com seus parceiros do chamado Quad, Japão, Índia e Austrália.

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