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Descrição de chapéu Armênia

Rússia disponibiliza 'apoio necessário' a Armênia caso conflito atinja território de aliado

Três acordos de cessar-fogo entre armênios e azeris já falharam na disputa por Nagorko-Karabakh

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Moscou | AFP

A Rússia anunciou neste sábado (31) que fornecerá a "assistência necessária" à Armênia no conflito com o Azerbaijão caso os confrontos pela disputada região de Nagorko-Karabakh atinjam o território armênio.

A decisão veio após o primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, pedir ao presidente russo, Vladimir Putin, para avaliar com urgência as ajudas que Moscou poderia disponibilizar.

Em Barda, no Azerbaijão, homem observa interior de carro atingido devido a conflito pela região de Nagorno-Karabakh - Aziz Karimov - 28.out.2020/Reuters

A nota, divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia, foi emitida um dia depois de mais um fracasso nas negociações de cessar-fogo entre os países do Cáucaso. Na mensagem, Moscou reforçou o pedido por trégua humanitária.

O conflito, que completou um mês na terça (27), viu seu dia mais letal na quarta (28). Autoridades azeris disseram que um ataque com mísseis na cidade de Barda matou ao menos 21 civis e deixou 60 feridos.

Já o Ministério da Defesa da Armênia acusou o Azerbaijão de ocupar a cidade de Gubadli, entre o território disputado e a fronteira com o Irã. Os países se acusam de não terem respeitado os acordos de cessar-fogo assinados sob a mediação de Rússia, França e EUA. O primeiro foi assinado em Moscou, no dia 10.

A segunda tentativa foi acordada em Paris, uma semana depois. No último fim de semana, um acordo foi mediado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que disse que a solução do conflito seria "algo fácil".

A região de Nagorno-Karabakh, chamada pelos locais de Artsakh, é território historicamente armênio, com 99% da população pertencente ao grupo étnico. Mas ela ficou perdida dentro do Azerbaijão, assim como um pedaço azeri existe no sudoeste da Armênia, no retalhamento da região promovido pelo então responsável pelo Cáucaso na União Soviética, o futuro ditador Josef Stálin, em 1920.

Todo o território foi incorporado ao império comunista, que ruiu em 1991, mas as divisões visavam esvaziar ímpetos nacionalistas e aplacar a nascente República da Turquia, que surgiria dos escombros do Império Otomano e tinha acabado de promover o massacre conhecido como genocídio armênio.

O Cáucaso era a fronteira entre os domínios otomanos e russos, e assim permaneceu. Com o ocaso soviético, os nacionalismos ressurgiram, e o conflito virou uma guerra cruenta, que matou entre 17 mil e 30 mil pessoas. Para Ierevan, o território é parte de sua pátria histórica, e a população precisa de proteção.

Uma ação militar da Rússia em caso de defesa da aliada Armênia neste momento elevaria o risco de guerra regional, uma vez que a Turquia é patrocinadora do governo azeri.

O impasse tem se agravado ao longo das últimas semanas. A Armênia descarta soluções diplomáticas, e o Azerbaijão exige a retirada das tropas armênias como condição prévia para qualquer negociação.

Não há números precisos sobre o número total de vítimas do conflito. Autoridades de Nagorno-Karabakh registram 1.119 mortos, enquanto o Azerbaijão não divulga suas baixas militares.

Entre os civis, o número de mortes já passa de cem. A Rússia, historicamente um árbitro das tensões entre os dois países, estima que a cifra tenha ultrapassado 5.000 mortes ao todo.

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