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Boric anuncia busca de desaparecidos no 49º aniversário do golpe de Pinochet

Ditadura no Chile, iniciada em 11 de setembro de 1973, deixou 40.175 vítimas

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Santiago | AFP

O presidente do Chile, o esquerdista Gabriel Boric, anunciou neste domingo (11) o lançamento oficial do plano de busca de presos políticos desaparecidos durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). A data foi escolhida por marcar os 49 anos do golpe de Estado.

"Nosso compromisso é continuar buscando incansavelmente os detentos desaparecidos, 1.192 detentos desaparecidos que ainda não se sabe onde estão. Isso não é aceitável, não é tolerável, não é algo que podemos naturalizar", afirmou o presidente.

A iniciativa, que Boric já havia antecipado em junho durante o discurso anual de prestação de contas à nação, vislumbra um trabalho em conjunto com organizações de familiares de detentos desaparecidos e executados por motivos políticos.

O presidente do Chile, Gabril Boric, abraça Isabel Allende, filha de Salvador Allende, líder deposto no golpe de 11 de setembro de 1973 - Ximena Navarro/Presidência do Chile/AFP

"Esse compromisso é de avançar na verdade, na justiça, na reparação de todas as vítimas de violência perpetrada por agentes do Estado, porque essa é a única e principal garantia de não repetição que podemos oferecer", disse Boric.

O presidente fez o anúncio no âmbito das atividades oficiais em lembrança do golpe de Pinochet contra o governo do socialista Salvador Allende (1970-1973), em 11 de setembro de 1973, que deu início ao regime militar. Este domingo marcou o início das solenidades para o 50º ano do golpe, em setembro do ano que vem.

Boric disse que, no início do dia, visitou o túmulo de Allende no Cemitério Geral de Santiago, que recebeu uma peregrinação dos familiares das vítimas da ditadura, como acontece todos os anos.

Ao longo do dia, vários grupos de políticos e cidadãos se reuniram para homenagear a estátua de Allende em frente ao palácio presidencial de La Moneda e deixaram rosas vermelhas em sua homenagem —as mesmas flores foram colocadas nas varandas da sede do governo.

A ditadura chilena durou 17 anos e deixou 40.175 vítimas, entre executados, detidos, desaparecidos, presos políticos e torturados, segundo dados da comissão oficial que recolheu depoimentos de vítimas e familiares.

Hoje, iniciativas diversas, inclusive estatais, buscam encontrar desaparecidos de diferentes formas. Em janeiro, ainda na gestão de Sebastián Piñera, o governo lançou um projeto que prevê acelerar a busca de bebês sequestrados no regime, fazendo aportes de dinheiro e comprando kits de DNA para que organizações que se dedicam a essa procura realizem seu trabalho.

O assunto esteve entre as promessas de campanha de Piñera, em 2017, mas a forma como a iniciativa foi desenhada gerou críticas.

"Trata-se de crimes cometidos pelo Estado, então pedimos que a partir do Estado se estabeleça uma Comissão Nacional de Verdade, Justiça e Reparação" que possa centralizar as buscas, afirmou em comunicado a Hijos y Madres del Silencio. A organização que iniciou seu trabalho de modo organizado em 2014 se dedica a identificar menores sequestrados dos pais nos anos 1970, a exemplo do que fazem na Argentina as Avós da Praça de Maio.

A Hijos y Madres del Silencio busca pelo menos 579 bebês que foram retirados de seus pais principalmente nos anos 1970, no início da ditadura Pinochet.

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