É hora de rebelião
Pressão política descontinuada só produz espasmo
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Nós nos vemos hoje diante da necessidade de canalizar forças para uma "rebelião" --a da renovação política. É urgente arrancar nosso futuro das mãos daqueles que não pensam no bem comum e que transformaram a política em balcão de negócios. Nossa vida vale muito; nossos sonhos, idem.
Em 2013, fomos às ruas contra o aumento das passagens de ônibus em São Paulo. De lá para cá, já empunhamos várias bandeiras sociais. A pergunta que cabe fazer, às vésperas das eleições, é esta: que Brasil queremos?
A reconstrução do país deve ser o mote a nos unir. E a política, o caminho para realizar as mudanças necessárias. Mas nossos olhares captam um reality show assustador de corrupção e desvios de toda ordem. Como transformar indignação e descrença em ação política?
Há muito me interesso pelos processos que levaram outras nações a galvanizar a necessária transformação social. Nos Estados Unidos, não foi uma mobilização rápida e fulminante que permitiu um homem negro chegar à Presidência.
Obama foi fruto de organização orquestrada e gradual dentro das comunidades, um processo conhecido como break bread together —em tradução livre, partir o pão juntos. As pessoas precisam estar conectadas e organizadas. Pressão política exercida de forma descontinuada só produz espasmo, não mudança.
Vamos nos reconectar com nossas comunidades, conhecer suas carências e demandas. Os jovens que empunharam as bandeiras, lá atrás, pedindo "escolas padrão Fifa" —certamente todos se lembram— estavam irmanados em uma causa.
Se todos nós nos engajarmos e nos valermos da proximidade dos bairros, das associações locais, para o debate dos problemas que nos afligem (e a educação é uma boa causa), daremos passo certeiro. O que vale é a mobilização com foco.
A educação mudou a minha vida. Pode mudar também a de muitos que, como eu, vivem na periferia. As oportunidades que tive me ensinaram que só o investimento em educação pública inclusiva e de qualidade garantirá a igualdade de oportunidade a todos.
Tive a sorte de ir para Harvard. Mas é no Brasil que quero viabilizar as competências para a formação dos jovens. Às vésperas de uma eleição que permitirá a renovação dos quadros da política, não podemos fugir à responsabilidade. De nossas escolhas dependerá nosso futuro. Votar é assumir responsabilidade e cobrar compromisso dos que vamos eleger. Aqui começa nossa rebelião.