Não há herói nem vilão, diz Huck sobre prisão de Lula

Apresentador elogiou Barroso, que votou contra habeas corpus de petista

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Silas Martí
Cambridge (EUA)

Luciano Huck abriu sua fala num encontro no MIT, em Cambridge, nos Estados Unidos, fazendo elogios a Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal que votou contra o habeas corpus para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Ministro Barroso, o senhor me representa”, disse Huck ao magistrado, que assistia à palestra no auditório.

O apresentador da TV Globo, que chegou a ensaiar uma candidatura ao Planalto, disse que “é simbólico o que está acontecendo no Brasil”, aludindo à prisão do petista.

“Não acredito em salvador da pátria, em herói e nem em vilão”, afirmou Huck. “Não consigo enxergar hoje no Brasil ninguém que nos venda o projeto de um país grande. Não consigo ver ninguém vendendo o país que a gente está querendo construir.”

Questionado depois sobre sua reação à prisão de Lula, o apresentador  do “Caldeirão do Huck” disse que está “muito triste pelo Brasil”. “Ele tem esse olhar social, mas, bicho, a Justiça vale para todo mundo. Saquearam o Estado”, disse.

“O grupo que o cercava estava pilhando o Estado, então toda ação tem reação e consequência. É o que está acontecendo agora. É uma pena, uma tristeza.”

Ele também deixou claro que não será candidato, lembrando que o prazo para definirem as candidaturas já se esgotou e ele está nos Estados Unidos e não no Brasil.

“Dizem que quando você sai à noite em Las Vegas pode voltar sem dente para a casa”, afirmou Huck. “As pessoas que saíram na noitada aqui ficaram com medo de voltar filiado a um partido. Achei melhor ficar em casa.”

Ele disse depois que não se candidatou porque a TV Globo pediu que ele decidisse muito cedo se disputaria ou não o Planalto e que ficaria numa “posição solitária, sozinho, apanhando na chuva”.
 

Mas o apresentador não abandonou um discurso com cara de campanha. Elogiando Jorge Paulo Lemann, o homem mais rico do Brasil e um dos patrocinadores do encontro, disse que há “cabeças brilhantes” no país, mas que elas não estão na política.

“Minha cabeça mudou muito nesse último ano. A hora que você começa a pensar políticas públicas de um jeito maduro é uma das coisas mais sedutoras que pode acontecer na cabeça de alguém”, disse Huck.

“Meu papel agora, se eu puder, é mobilizar a minha geração para que se aproxime da política.”

Ele disse também que é preciso “ressignificar o sistema político, um sistema feito para que ele não se renove” e que está trabalhando para formar uma agenda para o país, citando como aliados o economista Armínio Fraga e movimentos como o Agora.

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