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Lula pediu alguns dias para buscar solução, diz Pertence sobre possível saída da defesa

Advogado tem tido dificuldades de encontrar um entendimento para a estratégia da defesa

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Ana Luiza Albuquerque
Curitiba

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu alguns dias para buscar uma solução que permita a continuidade do ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Sepúlveda Pertence na equipe de sua defesa.

Foi o que Pertence afirmou a jornalistas na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), onde Lula está detido. O advogado chegou ao local pouco antes das 14h —a reunião durou cerca de três horas.

"Posso dizer apenas que o presidente me pediu alguns dias para buscar uma solução. É só o que eu posso explicar", relatou.

Enquanto deixava o encontro, chegava à Polícia Federal o ex-prefeito Fernando Haddad, coordenador do programa de governo de Lula. 

Questionado se havia aceitado o pedido do ex-presidente, Pertence não teve tempo de responder. "Claro", disse Haddad, rindo.

Pertence e Cristiano Zanin, outro advogado da equipe, têm tido dificuldades de encontrar um entendimento para a estratégia da defesa. 

O ex-presidente do STF chegou a manifestar seu descontentamento em uma carta levada por seu filho à carceragem da PF. 

Nela, Pertence demonstrou-se contrariado com o fato de ser sido desautorizado publicamente após ter apresentado, em memorial, pedido de prisão domiciliar para Lula.

Zanin, em direção oposta, descartou publicamente qualquer pedido de prisão domiciliar por entender que contrariaria orientação do ex-presidente.

HADDAD

Após visitar o ex-presidente, Haddad disse a jornalistas que Lula ouviu as considerações estratégicas de Pertence que irá amadurecer a questão ao longo dos próximos dias.

Sobre a decisão do centrão de apoiar a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) e o convite ao empresário Josué Alencar (PR) para assumir a vice do tucano, Lula teria comentado apenas que é preciso aguardar, pois ainda há confirmação de que o convite será aceito. 

O petista desejava o apoio do empresário, filho de José Alencar (1931-2011), vice-presidente de Lula em seus dois mandatos. 

Haddad também falou sobre alguns pontos do programa de governo, como o estabelecimento de uma reforma tributária progressiva, o barateamento do crédito e o incremento da democracia por meio de plebiscitos e referendos. 

O ex-prefeito afirmou que há debates em torno de reformas do aparato estatal, visando maior participação popular em órgãos como o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público). 

Ele também disse que é discutida a implementação de mandatos para os tribunais superiores. Os ministros, segundo esta ideia, continuariam a ser definidos por indicação, mas os cargos não seriam vitalícios. "Para dar uma oxigenada nesses tribunais", afirmou.

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