Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Empresário ligado a disparos de WhatsApp abre mão de salário em transição de Bolsonaro

Marcos Aurélio Carvalho disse que pediu renúncia da remuneração, mas continua na equipe

Conteúdo restrito a assinantes e cadastrados Você atingiu o limite de
por mês.

Tenha acesso ilimitado: Assine ou Já é assinante? Faça login

Brasília

Dono da maior fornecedora da campanha de Jair Bolsonaro, Marcos Aurélio Carvalho afirmou nesta quarta-feira (7) que abrirá mão da remuneração do cargo para o qual foi nomeado na equipe de transição.
Ele faz parte dos 28 nomes divulgados no Diário Oficial desta segunda-feira (5). A remuneração prevista era de R$ 9.926,60.

Carvalho divulgou uma nota na qual diz ter pedido renúncia a remuneração. Ele disse que passaria a contribuir com o novo governo de forma voluntária.

"Em função de notícias publicadas na imprensa envolvendo o meu nome, esclareço que minha participação na equipe de transição do Governo Federal se dará de forma voluntária", afirmou.

Parte da equipe de transição do governo Bolsonaro, da esquerda para a direita: Marcos Pontes, general Augusto Heleno, Onyx Lorenzoni e o empresário Marcos Aurélio Carvalho - Pedro Ladeira - 5.nov.2018/Folhapress

Ele acrescentou que sua participação se deve por "acreditar na qualidade técnica de sua composição, na capacidade de efetuar realizações importantes para o país e, especialmente, por confiar no futuro governo". 

A exoneração ainda não foi publicada no Diário Oficial da União.

A campanha de Bolsonaro apresentou na última terça-feira (30) ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) um gasto adicional de R$ 535 mil com a AM4 Brasil Inteligência Digital LTDA. Isso tornou a empresa, segundo os dados disponíveis até aquele momento, a maior prestadora de serviços da candidatura do capitão reformado. O custo com a empresa soma R$ 650 mil.

A Folha mostrou que empresários impulsionaram disparos em massa por WhatsApp contra o PT na campanha que se encerrou no dia 28. A prática é ilegal, pois se trata de doação de campanha por empresas, vedada pela legislação eleitoral, e não declarada.

Na época da publicação da reportagem, a AM4 era a única prestadora de serviços de internet declarada na prestação de contas do candidato do PSL.

A empresa afirmou à Folha, na ocasião, que tinha apenas 20 pessoas trabalhando na campanha. "Quem faz a campanha são os milhares de apoiadores voluntários espalhados em todo o Brasil. Os grupos são criados e nutridos organicamente", afirmou Marcos Aurélio Carvalho, em outubro.​

Relacionadas