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Operação acha cheques e carros com ex-PM ligado ao caso Queiroz

Adriano da Nóbrega, hoje foragido, teve mulher e mãe empregada no gabinete de Flávio Bolsonaro

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São Paulo

A operação desta terça (22) do Ministério Público do Rio de Janeiro contra suspeitos de chefiar uma milícia na zona oeste da cidade encontrou uma grande quantidade de cheques, notas promissórias, carros e documentação de imóveis em endereços ligados ao ex-capitão da PM Adriano Magalhães da Nóbrega.

Cheques apreendidos no Rio com o ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega - Reprodução

Ele, que está foragido, e outros dois policiais são apontados pelas investigações como os líderes de um esquema na favela de Rio das Pedras que vendia ilegalmente imóveis grilados. Nóbrega é o elo entre o caso e a apuração sobre as atividades do gabinete do filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, Flávio, na Assembleia Legislativa fluminense.

Quando Nóbrega já era alvo da polícia, o gabinete empregou sua mulher e sua mãe. Flávio negou envolvimento com o caso e diz que a indicação foi do ex-assessor Fabrício Queiroz, que já está sob investigação por movimentações atípicas de dinheiro. Queiroz confirmou que quis ajudar a família do suposto miliciano.

Flávio era deputado estadual e elegeu-se senador na esteira da onda de direita que levou seu pai ao Planalto, no pleito do ano passado. Ele só tomará posse em fevereiro.

A milícia em questão era acusada pela vereadora Marielle Franco, do PSOL carioca, de promover o comércio irregular de terras nas favelas. Marielle foi executada com seu motorista no ano passado, um crime que as apurações indicam ter sido cometido pelo chamado Escritório do Crime, uma unidade de extermínio a serviço das milícias e da qual Nóbrega seria um dos chefes, segundo as investigações.

Nas fotos da apreensão, às quais a Folha teve acesso, há pelo menos três carros diferentes, incluindo uma SUV de luxo Hilux, e radiotransmissores com etiquetas identificadoras —um é de "Fábio", outro de "Sape". Entre a pilha de cheques, há diversos valores fracionados apontados, como R$ 14.197,90, datado de 2014 por um depósito de construção.

O caso tem causado apreensão no governo Bolsonaro. O presidente, que cancelou uma entrevista coletiva que iria conceder em Davos (Suíça), afirmou à Bloomberg que se o filho for culpado de algo, deverá pagar o que deve. Esse foi o primeiro movimento do mandatário para tentar isolar-se do escândalo crescente, que tem gerado incômodo entre aliados no Congresso e nas Forças Armadas.

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