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Messina diz em sabatina Folha/UOL suspeitar de relação de Crivella com 'QG da propina' no Rio

Ex-aliado do atual prefeito carioca afirma que era pressionado a priorizar pagamento de empresas com créditos a receber

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Luana Massuella
São Paulo | UOL

Ex-secretário da Casa Civil de Marcelo Crivella (Republicanos), Paulo Messina, candidato do MDB à Prefeitura do Rio de Janeiro, disse que achava "muito suspeita" a postura do prefeito que, segundo ele, o pressionava para priorizar o pagamento de empresas com créditos a receber.

O Ministério Público do Rio investiga Crivella em decorrência de suposto esquema de propina para a liberação de pagamentos da prefeitura a empresas.

"Em 2019, eu não tenho elemento para dizer: 'É propina'. Se você pegar os meus discursos de plenário, eu digo o seguinte: 'É muito suspeito'. Mas também não vou tomar um processo de bobeira. Então eu falo: 'É muito suspeito o que eles estão fazendo', pagando DEA [despesas de exercícios anteriores] quando não é pra fazer", afirmou Paulo Messina durante sabatina da Folha, em parceria com o UOL, conduzida por Silvia Ribeiro, editora do UOL, e Catia Seabra, repórter da Folha.

Durante sua passagem pela gestão Crivella, Messina chegou a responder pela Comissão de Planejamento Financeiro e Gestão Fiscal da Prefeitura do Rio. Mas, a partir de novembro de 2018, Crivella assumiu o controle dessa comissão.

"Ele passa a controlar a liberação direta daquilo a partir do final de 2018, então certamente a liberação de pagamentos foi feita por ele, sem dúvida nenhuma", disse Messina.

O prefeito do Rio sempre negou irregularidades ante a investigação do MP-RJ. O candidato disse ter prestado depoimento na condição de testemunha e que não tinha nada a ver com o suposto esquema.

"Uma das condicionantes que eu aceitei ir para essa Casa Civil foi a carta branca do Crivella pra gente montar a estrutura técnica da prefeitura. E eles queriam controlar muito mais espaço, eles queriam controlar contratos de publicidade, controlar eventos, e várias outras áreas da prefeitura, e nós não deixamos", disse.

Rompimento com Crivella

O candidato do MDB afirmou que o rompimento com Crivella tem relação com elementos que vieram à tona a partir da investigação do "QG da propina", mas também se deve a outras questões.

"Essa questão do pagamento dessas empresas de resto a pagar, elas estão num bolo muito maior de coisas. É pracinha, é campo de futebol, é secretaria para vereador, é um desmonte da estrutura técnica financeira da prefeitura", enumerou.

Messina ainda falou que não é só "a questão de ter certeza da propina ou não". "Era certeza de uma prefeitura que tinha tudo para ser superavitária, para funcionar pro cidadão, que não tinha crise, virar o que ela virou", disse.

"Ele [Crivella] criou uma secretaria que existe até hoje: Secretária de Eventos, Parques e Jardins e Idoso. Uma secretária só, que tem sete vereadores ali atendidos. Eu fui contra isso", criticou.

Messina afirma que ficou sabendo pela imprensa do caso que levou o TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) a condenar Crivella por abuso de poder político e conduta vedada, tornando-o inelegível até 2026.

O prefeito obteve uma liminar no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). "As coisas que eram complexas, que obviamente eram erradas, a gente não sabia. Ele fazia e a gente só ficava sabendo depois. Não só essa questão da Comlurb, como o evento da Márcia também. No fundo, sabe aquela criança que sabe que se perguntar pro pai, o pai vai reclamar, e ela vai lá e faz sem falar? A impressão que eu tenho é essa."

Questionado sobre casos de corrupção envolvendo o MDB, como no governo do ex-governador Sérgio Cabral, Messina disse que "não tem nenhum compromisso com o passado do partido".

"A gente tem um passado recente com o Cabral, agora quem tem que estar aqui explicando Cabral para vocês é Eduardo Paes. Eu não tenho nada a ver com isso", disse. "Não tenho nenhum compromisso com o passado do partido, respondo com a minha história."

Sabatinas

A Folha e o UOL estão realizando sabatinas com candidatos à prefeitura das principais capitais do país.

Foram entrevistados, de São Paulo, Joice Hasselmann (PSL), Marina Helou (Rede), Antônio Carlos (PCO), Levy Fidelix (PRTB), Orlando Silva (PC do B), Vera Lúcia (PSTU), Andrea Matarazzo (PSD), Jilmar Tatto (PT), Arthur do Val (Patriota), Márcio França (PSB), Guilherme Boulos (PSOL), Bruno Covas (PSDB) e Celso Russomanno (Republicanos).

Do Rio de Janeiro, além de Paulo Messina (MDB), passaram pela sabatina Glória Heloiza (PSC), Clarissa Garotinho (PROS), Renata Souza (PSOL), Martha Rocha (PDT), Bandeira de Mello (Rede), Benedita da Silva (PT) e Eduardo Paes (Democratas).

No Recife, foram entrevistados João Campos (PSB), Marília Arraes (PT), Patrícia Domingos (Podemos) e Mendonça Filho (DEM).

Dos candidatos em Belo Horizonte, foram sabatinados Áurea Carolina (PSOL), Alexandre Kalil (PSD), Bruno Engler (PRTB) e João Vítor Xavier (Cidadania).

De Salvador, Major Denice (PT), Olívia Santana (PC do B), Pastor Sargento Isidório (Avante) e Bruno Reis (DEM) já foram entrevistados.

Em Curitiba, falaram Fernando Francischini (PSL), João Arruda (MDB), Goura (PDT) e Rafael Greca (DEM).

De Porto Alegre, foram entrevistados Manuela D'Ávila (PC do B), José Fortunati (PTB), Juliana Brizola (PDT), Fernanda Melchionna (PSOL), Nelson Marchezan Jr (PSDB), Sebastião Melo (MDB) e Gustavo Paim (PP).

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