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Eleições 2020

Eleição expõe fragilidade do capital político de Bolsonaro em grandes centros

Derrota de candidatos apoiados pelo presidente é alerta para pretensão de reeleição

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Brasília

Os resultados das eleições municipais certamente desagradam o presidente Jair Bolsonaro e indicam um retrato momentâneo negativo de sua influência política em grandes centros do país, sobretudo na capital paulista.

Uma eleição municipal não é decisiva para a disputa presidencial, mas emite sinais relevantes para o decorrer dos dois anos que separam uma da outra.

Há quatro, uma onda de direita conservadora invadiu algumas capitais, como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, em um evidente aceno de rota do eleitorado para 2018.

Bolsonaro, naquele 2016, não passava de um deputado pitoresco de baixo clero, sem figurar entre as bolsas de apostas realistas para a disputa nacional que ocorreria dois anos depois.

Decerto que um somatório de vários fatores o levou ao Palácio do Planalto. E decerto também que um deles foi o saldo político da eleição municipal que ocorrera antes.

Portanto o revés de candidatos apoiados pelo presidente nas eleições deste domingo (15) é um alerta para suas pretensões de reeleição porque expõe um enfraquecimento de seu nome em capitais de peso eleitoral significativo.

Bolsonaro recebeu um recado dos eleitores de grandes capitais, onde grupos políticos de centro-direita e de direita, que correm na mesma raia do bolsonarismo, já se mexem para 2022.

As urnas da eleição deste ano refletem, de certo modo, os dados da última pesquisa do Datafolha. Em São Paulo, a rejeição ao presidente é de 50%. No Rio, sua aprovação caiu seis pontos, de 34% para 28%.

Na metade do segundo ano como presidente da República, Bolsonaro não teve força política para colocar nem no segundo turno seu candidato no maior colégio eleitoral do país. Foi incapaz de estancar o impressionante derretimento de Celso Russomanno (Republicanos) na capital paulista.

Sem um partido para chamar de seu, já que a Aliança pelo Brasil não sai do papel, Bolsonaro ensaiou não entrar na campanha, mas acabou arriscando apoios pontuais. Não deu muito certo e o movimento revelou uma fragilidade de sua capilaridade política.

O presidente apelou ao uso das dependências do Palácio do Alvorada para pedir voto a candidatos a prefeito e a vereador nas controversas “lives eleitorais” em sua rede social.

Um dos apoiados, Bruno Engler (PRTB) chegou a participar de uma delas. Assistiu a uma arrebatadora reeleição de Alexandre Kalil (PSD).

Bolsonaro fez barulho para emplacar a delegada Patrícia (Podemos) no segundo turno no Recife. Em vão.

No Rio, Marcelo Crivella (Republicanos) conseguiu, com relativa dificuldade na reta final, chegar ao segundo turno contra Eduardo Paes (DEM), que parte como favorito para o dia 29.

Em Fortaleza, o candidato de Bolsonaro, Capitão Wagner (PROS), está no segundo turno. Em Manaus, Coronel Menezes (Patriota), ficou de fora.

O balanço é um recado amargo para um presidente desarticulado politicamente no Congresso, com reformas que não andam, em meio a uma economia abalada, e que tem fracassado em liderar o combate a uma pandemia que já matou quase 165 mil brasileiros.​

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