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Descrição de chapéu Eleições 2022

Eleitores enfrentam filas de até 3 horas para votar no Brasil

Espera é causada principalmente por dificuldades com a biometria, segundo tribunais regionais eleitorais

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São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre, Campo Grande e Manaus

As eleições em todo o país foram marcadas por longas filas, causadas principalmente por dificuldades do eleitor com o sistema de biometria. Esperas de até uma hora foram comuns, mas em alguns casos, aqueles que foram votar neste domingo (2) tiveram de esperar até três horas.

Além do grande número de eleitores e da validação da biometria na identificação, contribuiu para a demora a incidência de eleitores que haviam esquecido de levar uma anotação com o número dos candidatos e se atrapalharam.

Em diversas cidades brasileiras, especialmente no Maranhão e no Rio Grande do Norte, o horário de votação foi estendido, ainda que os portões das seções tenham se fechado às 17h.

O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, negou ainda na tarde do domingo que os testes de biometria tenham sido a causa das longas filas registradas em locais de votação.

"O que ocorre, inclusive isso foi noticiado, no caso do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), por exemplo, que quem quisesse fazer a biometria já estaria com a prova de vida", afirmou.

Moraes se referia a uma portaria publicada pelo governo federal em fevereiro de 2022 que mudou as regras para comprovação de vida anual, permitindo que a votação nas eleições servisse como alternativa.

Aposentados, pensionistas e beneficiários do INSS que compareceram às urnas neste domingo passaram automaticamente pelo processo.

Neste pleito, o eleitor precisou votar para deputado federal, seguido por deputado estadual (distrital, no caso do Distrito Federal), senador, governador e, por fim, presidente.

Os eleitores também tiveram, pela primeira vez, um tempo extra para conferir o voto na urna eletrônica. O aparelho informa uma prévia de cada candidato, com fotografias, um segundo após o preenchimento dos números.

Fila gigante para votar na PUC São Paulo em Perdizes - Mariana Zylberkan/Folhapress

Em São Paulo, houve filas na Escola Estadual Arthur Guimarães, na Vila Buarque, bairro da região central de São Paulo, além do Colégio Santa Marcelina e da PUC-SP (Pontifícia Unidade Católica), ambas na região de Perdizes, na zona oeste.

Foi registrada espera de quase 30 minutos também no colégio Claretiano, na Escola Estadual Fidelino de Figueiredo e na Escola Estadual Arthur Guimarães. Eleitores que votaram na Escola Municipal de Educação Infantil) Monteiro Lobato, em Higienópolis, e na escola Professor Antônio Alves Cruz, em pinheiros, ambas na zona oeste da capital, também relataram longas esperas.

Alguns eleitores compareceram com adesivos e roupas vermelhas, em alusão ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e verdes e amarelas, em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Boa parte do eleitorado na capital desfrutou de eleições calmas, o que foi quebrado por um episódio de violência: dois policiais foram atacados na Escola Deputado Aurélio Campos, na Cidade Dutra.

No Rio de Janeiro também houve diversos locais com filas. É o caso, por exemplo, do Sesc de Copacabana e do Clube Israelita Brasileiro do mesmo bairro, onde as filas dobravam os quarteirões no início da tarde.

Nos dois campi do Colégio Pedro 2º, a espera chegou a duas horas. Foi o tempo que o estudante Felipe Bandoli Vargas da Costa, de 17 anos, levou para votar pela primeira vez. A química Manuella Borges, de 27 anos, reclamou que chegou às 12h15 e, uma hora e meia depois, mal tinha saído do lugar.

Os responsáveis pelos locais de votação afirmaram que a demora se devia à grande quantidade de eleitores, em especial de idosos.

Em Brasília, eleitores enfrentaram mais de uma hora de fila. Segundo o TRE-DF (Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal), não há qualquer problema com o sistema de votação, e a expectativa é de que as filas comecem a diminuir a partir do início da tarde.

A Folha registrou filas de mais de uma hora de espera em diferentes locais de votação no Distrito Federal. Apesar disso, o clima era de tranquilidade, com apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esperando na mesma fila de forma pacífica.

De acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), os eleitores que estavam na fila às 17h do horário de Brasília, quando se encerra a votação, poderão votar normalmente.

De acordo com a Transparência Eleitoral Brasil, que monitora a votação, um eleitor demorou de três a quatro minutos para concluir sua escolha de deputados, senador, governador e presidente —com exceção daqueles em situação de trânsito, que podem escolher apenas o presidente.

Em Belo Horizonte, locais de votação registraram filas de até duas horas desde as primeiras horas de votação. Uma mulher passou mal enquanto aguardava.

No Colégio Arnaldo, no bairro Anchieta, localizado na zona sul da cidade, as filas eram tão grandes que os eleitores mal conseguiam localizar a seção em que iriam votar.

A todo momento, os eleitores perguntavam para mesários se havia problemas com as urnas. A resposta era que todos os equipamentos estavam funcionando normalmente.

Em Salvador, houve registro de filas com mais de uma hora de espera em seções eleitorais nos bairros de Brotas, Itaigara, Garcia e Canela. Em Brotas, onde ficam algumas das maiores seções eleitorais da capital, foram registrados engarrafamentos nas principais ruas do bairro.

De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral da Bahia, "a Bahia conta com número recorde de eleitores aptos a votar nesta eleição, cenário que resulta em maior concentração de pessoas nos locais de votação". Ao todo, 22 substituições de urnas foram realizadas no estado.

Em Fortaleza, na sede da Secretaria de Saúde do Ceará, localizada na Praia de Iracema, eleitores demoravam até uma hora e meia para conseguir votar. Na escola Maria Fernanda Stella Santiago, no bairro Castelão, já havia fila às 7h30, meia hora antes da abertura dos portões.

Em Porto Alegre, houve também registros de filas de mais de uma hora, sobretudo nas seções mais antigas e com mais eleitores. A Escola Estadual de Ensino Médio Baltazar de Oliveira, no bairro Jardim Leopodina, onde votam 9.615 pessoas, foi uma das mais problemáticas, com filas de até três horas.

O TRE-RS disse que o principal problema foi a dificuldade do sistema biométrico para identificar as digitais de idosos. Em obediência à legislação eleitoral, é preciso quatro tentativas antes que o voto registrado por assinatura seja autorizado.

O TRE-RS também disse que houve dificuldade com a biometria de trabalhadores rurais ou que lidam com substâncias químicas como produtos de limpeza.

Em Curitiba, as filas começaram a aumentar depois das 10h.

Em Campo Grande, por outro lado, as filas foram curtas e rápidas, com exceção da periferia da cidade, onde eleitores precisaram aguardar até uma hora e meia para votar.

Em Manaus, em razão do alinhamento dos horários de votação em todo o país, os locais de votação foram abertos às 7h, ou às 8h de Brasília. Não houve filas longas nas primeiras horas da manhã.

No Colégio Amazonense Dom Pedro II, um dos mais tradicionais do centro da cidade e tombando como monumento histórico do estado, a votação transcorreu com tranquilidade, mas idosos e pessoas com deficiência precisaram de ajudar para acessar os locais de votação devido à falta de acessibilidade do prédio. As filas passaram a ser mais constantes, nos bairros mais populosos da cidade, a partir do fim da manhã.

Em 13 cidades do Amazonas, por haver duas horas de diferença no fuso horário, o horário de votação é das 6h às 15h.

A identificação por biometria começou a ser testada no país em 2008 e estava em expansão até 2020, quando os cadastros foram interrompidos devido à pandemia de Covid-19.

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