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Xbox Series X não é uma revolução, mas dá mais qualidade de vida para gamers

Compatibilidade com Xbox One facilita transição para console mais potente, que resolve problemas da geração anterior

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São Paulo

A cada nova geração de consoles de videogame espera-se por um avanço tecnológico que mude completamente a indústria dos jogos eletrônicos. Se uma revolução realmente acontecer, o novo Xbox Series X, que será lançado mundialmente no próximo dia 10, não será o responsável por ela.

Isso não significa que o aparelho da Microsoft seja um produto ruim, apenas que a estratégia da empresa para dominar o mercado de jogos eletrônicos mudou e, agora, visa mais um crescimento a longo prazo.

Lição que a empresa parece ter aprendido no lançamento do Xbox One, quando tentou vender como um dos principais diferenciais do console a integração com o Kinect, periférico que capta os movimentos do corpo e os transporta para dentro do jogo. A tecnologia, porém, rapidamente cansou (literalmente) os gamers, a ponto de ser definitivamente aposentada pela empresa com o lançamento do Series X, que não terá suporte a ela.

Mais do que atrair consumidores com novidades efêmeras, o novo console –que chega ao mercado brasileiro com o preço sugerido de R$ 4.599– tenta principalmente responder às demandas de um público já adepto dos games, em especial àqueles que já possuem uma versão anterior do Xbox.

A começar pela compatibilidade de conteúdo. Quase todos os jogos feitos para a geração anterior (Xbox One) podem ser jogados no novo console. As exceções são justamente os títulos que dependem do Kinect.

Títulos já adquiridos para consoles antigos (em disco ou na versão digital) podem ser instalados gratuitamente no novo. Se os jogos estiverem salvos em um HD externo, basta conectar o dispositivo no console para acessá-los quase que instantaneamente, sem a necessidade de novo download.

Os jogos estarão disponíveis também para compra na loja virtual da Microsoft ou prontos para serem baixados pelo serviço de games por assinatura da empresa, o Game Pass. O que evita um problema que era comum em todo início de geração: o leque pequeno de títulos para se jogar logo após o lançamento.

Alguns desses títulos, como Fifa 21, Destiny 2 e Marvel's Avengers, entre outros, ainda receberão um upgrade gratuito quando forem lançadas suas versões aprimoradas para o Series X –programa batizado pela Microsoft como “Smart Delivery”.

Outra novidade bem-vinda é o sistema “quick resume” (retomada rápida), que permite ao usuário sair de um jogo e retomá-lo exatamente de onde parou mais tarde, mesmo após abrir outros jogos ou desligar o console. A novidade, no entanto, não deve ser usada como uma alternativa para salvar jogos, por exemplo, uma vez que o ponto de retomada pode ser apagado sem aviso prévio.

Essas inovações, associadas à possibilidade de carregar jogos salvos do console antigo para o novo automaticamente pela nuvem, bastando apenas estar conectado à internet (por cabo ou wi-fi), deixa mais fácil do que nunca a transição de uma geração para outra.

Mais do que apenas rodar os jogos da geração antiga, os títulos no novo console têm notáveis melhorias gráficas –principalmente em comparação com o Xbox One original, que não tinha capacidade de rodar jogos em resolução 4K– e com pausas para carregamento (as infames telas de “loading”) muito menores, graças à capacidade superior de processamento do aparelho e do armazenamento em SSD.

Os gráficos aprimorados, porém, vêm com um preço para a capacidade de armazenamento do console. Com texturas em maior resolução, o tamanho dos jogos tende a aumentar. Isso pôde ser visto pela reportagem em títulos como Gears 5, que no Series X ocupa 72,4 GB contra 64,5 GB no Xbox One (aumento de 12%), e Forza Horizon 4, que passou de 64,7 GB no antigo console para 75,2 GB no novo (aumento de 16%).

Com isso, não deve demorar muito para encher os 802 GB de memória interna disponível no aparelho –a capacidade nominal é de 1TB, mas cerca de 200 GB são ocupados pelo sistema operacional. Ainda assim, a capacidade representa um incremento em relação ao Xbox One original, que vinha de fábrica com memória de 500 GB (com 365 GB de espaço “útil”).

Para aumentar a capacidade de armazenamento do console, há atualmente duas opções. Comprar a expansão de memória de 1TB própria para o novo Xbox (com preço sugerido de R$ 2.229) ou conectar um HD ou SSD externo a uma das portas USB do console (com várias opções no mercado).

Essa segunda opção, porém, segundo a Microsoft, deve ser usada apenas para armazenar jogos da geração passada de consoles, já que games aprimorados para o Series X devem se aproveitar da velocidade maior de transmissão do SSD integrado à arquitetura Velocity do console para funcionar sem percalços.

A memória em SSD, por sinal, é uma das principais novidades tecnológicas embutidas no console. Além dela, destaca-se a compatibilidade com “raytracing”. Tecnologias que estreiam nos consoles, mas que estão disponíveis há mais de um ano nos computadores, o que não significa que elas já estejam superadas.

Para conseguir extrair o máximo que o Series X pode entregar, é necessário investir também em uma TV de última geração, com resolução 4K, tecnologia HDR e taxa de atualização de 120 Hz (modelos com essa especificação não costumam ser vendidos por menos de R$ 5.000 no mercado brasileiro).

Ainda assim, ao ligar o Series X em uma TV 4K HDR comum, já é notável a melhora na qualidade dos gráficos dos jogos, rodando a 60 FPS, com texturas de maior qualidade e iluminação mais realista. Especialmente ao se comparar o atual console com o modelo original do Xbox One original, que reproduzia jogos em resolução máxima de 1080p (Full HD).

Se você não tem uma TV 4K e mesmo assim quer experimentar os jogos da nova geração, a saída é pensar em comprar o Xbox Series S, console menos potente e mais barato (R$ 2.799) lançado pela Microsoft paralelamente ao Series X.

A promessa da empresa é que esse aparelho rode os mesmos jogos da versão mais potente, mas com resolução máxima de 1440p (2.560x1.440 pixels, pouco maior que o Full HD). Além disso, ele terá uma capacidade menor (512 GB) e não terá suporte para jogos em disco.

O Xbox Series X foi testado pela Folha ao longo de cerca de uma semana. Em dois momentos, ao jogar títulos diferentes, foi possível perceber falta de sincronia entre imagem e áudio. A falha, porém, não durou muito tempo e pareceu ser corrigida durante o funcionamento do console.

Fora isso, o aparelho não apresentou problemas significativos ou superaquecimento. O sistema de ventilação, por sinal, faz pouco barulho quando ligado, chegando a ser imperceptível durante o uso.


Glossário

Raytracing
Tecnologia de computação gráfica que simula no mundo virtual o caminho que os raios de luz fazem na realidade, resultando em efeitos de iluminação e reflexo mais realistas. Há alguns anos é utilizado em efeitos especiais de filmes, mas só recentemente a tecnologia evoluiu o suficiente para ser usada em games

SSD (Solid State Drive)
Substitutos dos antigos HDs (discos rígidos) para armazenamento de informações. Neles, os dados não são gravados em uma mídia física, o que possibilita transmissão mais rápida das informações

4K
Resolução de tela que conta com 3.840 pixels na horizontal por 2.160 pixels na vertical, quatro vezes o que as TVs Full HD têm (1920×1080). Em geral, é suportada apenas em Smart TVs com mais de 40 polegadas

HDR (High Dynamic Range)
Tecnologia que permite alto brilho e contraste das imagens exibidas na TV, resultando em cores mais vivas e realistas

Taxa de atualização
Frequência em que a tela atualiza seus pixels. Uma taxa de atualização de 120 Hz significa que a tela é capaz de mostrar até 120 FPS (frames por segundos). Como comparação, tradicionalmente filmes são exibidos com taxa de atualização de 24 Hz, ou 24 frames por segundo.

Arquitetura Velocity
Conjunto de tecnologias implementadas pela Microsoft nos consoles de nova geração que ajudam o SSD a funcionar de forma ainda mais veloz, possibilitando a transmissão de dados de forma mais rápida, diminuindo o tempo de carregamento

O Xbox Series X usado para a realização deste texto foi emprestado pela Microsoft

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