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ChatGPT vai demorar para substituir Google, diz professor da NYU

Para Arun Sundararajan, ameaças a empregos dependem de políticas, não da tecnologia

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Barcelona

O ChatGPT demorará para substituir o Google devido a uma aversão a risco que é da natureza humana: as pessoas evitam a novidade por ser desconhecida. Isso deve ocorrer mesmo depois que a ferramenta estiver madura o suficiente para, tecnicamente, exercer o papel de buscador.

A avaliação foi feita por Arun Sundararajan, professor de empreendedorismo e tecnologia da Universidade Nova York (NYU). Ele fez uma apresentação nesta terça-feira (28) no Mobile World Congress, evento de tecnologia que ocorre nesta semana em Barcelona.

"O Google é um buscador que já está por aí há 20 anos. Vai demorar um tempinho até nos acostumarmos a usar outra coisa", afirmou Sundararajan. "Os riscos ainda não estão totalmente claros, e as pessoas tendem a se afastar."

O especialista explicou que esse é o caminho natural para a adoção de novas tecnologias. Elas começam a ganhar espaço pelas beiradas, antes de chegarem a mercados mais amplos. No caso do ChatGPT, isso pode ser o uso em robôs de atendimento, por exemplo.

A previsão vale também para carros autônomos. "Depois que eles se tornarem motoristas melhores do que humanos, ainda passará muito tempo antes da adoção", disse.

Ser o primeiro a entrar nesse mercado, no entanto, dá uma vantagem competitiva. Como esses sistemas de inteligência artificial aprendem também com o comportamento dos usuários, a vanguarda significa ter acesso a mais dados para melhorias.

"Há casos de melhorias necessárias que serão super específicas, difíceis de detectar", afirmou Sundarajan. Novamente no caso dos carros autônomos, ele exemplifica citando alguma situação em que um problema ocorra quando a luz bate em um ângulo exato no carro. Nesse caso, pode ser que não apareça nos testes e se torne conhecido apenas quando muita gente estiver usando a tecnologia.

SUBSTITUIÇÃO DE TRABALHADORES

Na avaliação de Sundararajan, a inteligência artificial certamente trará uma grande disrupção ao trabalho. Se ela vai gerar desemprego, no entanto, não é uma questão de tecnologia, mas de política, afirma.

"É importante ter um sistema que permita às pessoas fazerem transição no meio das carreiras", diz.

Ele cita o exemplo do momento da entrada no mercado de trabalho. Nessa época, há várias opções disponíveis para educação, conhecer pessoas e para auxiliar na escolha dos caminhos a serem trilhados. Quando os profissionais passam dos seus 30 anos, diz, não há um mecanismo similar para recolocação. Essa medida pode ser necessária para atender trabalhadores em funções extintas pela tecnologia.

Jornalista viajou a convite da Huawei

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