“Parece piada, mas foi uma coisa muito triste”, disse a comerciante Joana Barbosa Gomes, tia de José Bernardo Ferreira, de seis anos, que tentou secar a gatinha de estimação no micro-ondas e acabou causando a morte do animal.

Conforme a reportagem de Cristina Rigitano, publicada no Notícias Populares em 28 de julho de 1998, o caso ocorreu no bairro de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio.

Era domingo de manhã quando a gata Bolinha saiu para dar um passeio na rua. Quando chegou em casa, por volta das 10h, estava toda suja.

Foi aí que o pequeno José Bernardo, num ato inocente de carinho e cuidado com a gata, resolveu lavá-la, e em seguida secá-la para evitar que ela ficasse doente.

“Meu sobrinho, coitadinho, estava bem-intencionado. Só queria secar a gatinha”, afirmou a tia, que disse ainda que o menino ficou muito assustado com a tragédia.

Maria Gomes Ferreira, a mãe de Bernardo, havia ido à igreja, e deixou o filho dormindo. Ao chegar em casa, “a desgraça já estava feita”. O menino chorava e gritava muito: “Quero minha Bolinha de volta”.

Foi Maria quem ensinou Bernardo a mexer no micro-ondas, que ficava sobre a pia da cozinha. “Ele sabe esquentar a comida e fazer pipoca. Sobe no banquinho, põe o prato lá dentro e liga. É mais seguro que o forno comum porque não mexe com fogo”, disse a mãe, que não imaginava que um incidente do tipo pudesse acontecer com o filho.

O garoto lavou a gata no quintal de casa e a colocou sentada no prato giratório do aparelho. Bastou apenas um minuto para a explosão.

Desde pequeno Bernardo sonhava em ter um gato. Bolinha foi um presente da tia Joana, que ele havia ganhado três meses antes. Depois do desastre, Joana disse que compraria outro bichano para consolar o sobrinho.

PRESSÃO FEZ A CABEÇA ESTOURAR

O Notícias Populares explicou o que teria ocorrido com Bolinha naquele dia. O aumento da pressão interior do crânio da gata pode ter provocado a explosão de sua cabeça.

É o mesmo que acontece quando se tenta aquecer um ovo dentro do micro-ondas: ele estoura.

​Esse tipo forno emite ondas eletromagnéticas que penetram nos alimentos e aquecem principalmente as partículas de água, que se dilatam.

Com isso, a pressão aumenta o interior de alimentos com casca, como ovos, salsichas e batatas, contou o jornal.

No caso da gata Bolinha, o crânio provavelmente não suportou a pressão interna e explodiu.