Descrição de chapéu Saiu no NP

1993: Adotado pela polícia, vira-lata se torna o carcereiro mais temido em presídio de SP

Cão desbancou casal de dobermann e virou preferido de agentes de cadeia superlotada

Banco de Dados
São Paulo

Em 25 de julho de 1993, o Notícias Populares trouxe a história do vira-lata Sabuja, à época um dos “homens fortes” na segurança da antiga Cadeia Pública de Mauá, na Grande São Paulo. 

Conforme destacou a reportagem de Isabel Contadório, Sabuja era o “carcereiro” mais temido pelos detentos. Malhado de preto e amarelo, o cão uivava todas as noites e sempre balançava o rabo ao avistar um PM.

“O Sabuja tem vocação para guarda. Não pode ver uma farda que abana o rabo. E, quando chega preso novo, ele avança”, disse Celso Garro, chefe dos carcereiros na ocasião.

O cão ajudava a tomar conta de 223 detentos num local construído para 72 pessoas. A superlotação era um prato cheio para a tentativa de fuga dos presos. Mas Sabuja não dormia em serviço. “O danado tem um ouvido afiado que só vendo. Qualquer barulho ele dá o alarme”, contou Garro.

O vira-lata tinha chegado à cadeia havia quatro anos, já adulto. Quando morava na rua, ele tinha o costume de acompanhar os PMs nas proximidades do presídio, até que os agentes decidiram adotá-lo.

Sabuja estava sempre em forma, pois corria todas as manhãs sobre o telhado da cadeia. Ele gostava também de acompanhar as partidas de futebol dos detentos através de uma grade que cobria o pátio do presídio.

A alimentação do cão, conforme o jornal relatou, “era de primeira”: comia a carne que sobrava das quentinhas servidas aos presos.

Quando os “tiras" realizavam blitz nas celas, Sabuja estava sempre de prontidão para dar suporte aos agentes.

Celso Garra disse ao NP que a satisfação com o vira-lata era muito grande e que não o trocaria de forma alguma nem por cães de raça. “A gente já teve um casal de dobermann, mas era muito molenga. Os bichos só comiam e dormiam o tempo todo”, afirmou o carcereiro na época.

A experiência com o cão deu tão certo que ele acabou fazendo escola. Prevendo a sua aposentadoria, os agentes sugeriram adotar outro vira-lata, mas queriam um filhote. A ideia era treinar o novo cãozinho com o auxílio do próprio Sabuja, para garantir o descanso do veterano.

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