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Gêmeas enfrentam cegueira com devoção à música
DA BBC BRASIL
Para as gêmeas Paula e Fabiana Chávez, de 44 anos, o mundo é repleto de vultos e de música. Diagnosticadas aos 13 anos com uma doença rara que as deixou gradualmente sem visão, as irmãs argentinas enfrentaram sua condição com aulas de pianos, retomadas recentemente com a ajuda de um programa de computador.
Ao ser informado pelos médicos que as filhas sofriam do mal de Stargardt, o pai de Paula e Fabiana, Juan, que era músico, as presenteou com um piano.
"O piano nos salvou porque sempre gostamos de música. E naquela época ainda podíamos ver os teclados e as partituras. Depois, nosso pai desenhou as notas musicais em letras grandes e assim fomos aperfeiçoando nosso trabalho de pianistas", disse Paula à BBC Brasil.
Na adolescência, elas ainda enxergavam um pouco. Hoje estão praticamente cegas.
BBC | ||
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As irmãs gêmeas Paula e Fabiana Chávez, de 44 anos, tocam piano com ajuda de um programa de computador |
"Guardamos na memória o que aprendemos, quando ainda tínhamos alguma visão. E é graças a isso que podemos tocar", afirmou.
Elas chegaram a realizar concertos em teatros, no interior da província de Buenos Aires, com a ajuda de lentes especiais. Mas a visão limitada as levou a desistir, há quase 20 anos, da carreira profissional, segundo Paula.
"Mas há cerca de três anos minha irmã descobriu, na internet, um programa de computador que lê as notas das partituras. Graças a esse método e a memória musical, voltamos a estudar e nos formamos em Artes Musicais e Sonoras", contou.
Elas receberam o diploma em outubro do Instituto Universitário Nacional de Arte (IUNA).
PRESENTE E PASSADO
As gêmeas contam que muito do mundo que "veem" hoje é feito das lembranças do passado.
"Eu não posso ver mais os rostos dos meus filhos, mas fiquei com a lembrança deles ainda bebês. Para mim, eles sempre serão bebês", disse Paula.
Ela é mãe de Agustín, de oito anos, e de Santiago, de nove. Atualmente, as gêmeas são professoras de música em escolas públicas, mas Fabiana, que tem um namorado e não tem filhos, trabalha como professora de música para alunos com problemas auditivos, numa escola do município de La Matanza, na província de Buenos Aires.
Elas também estão realizando, como informou Paula, uma pesquisa para tentar desenvolver um sistema de leitura de partituras para deficientes visuais.
"Nos últimos três anos a nossa falta de visão se agravou e passamos a pensar nas outras pessoas que também gostam de musica clássica mas sofrem da mesma limitação que enfrentamos", disse.
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