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30/11/2012 - 10h13

Panamá foi único país na América Latina a dizer não a palestinos

DA BBC BRASIL

Dentre os nove países da Assembleia Geral das Nações Unidas que nesta quinta-feira votaram contra o novo status de "Estado observador não-membro" dos palestinos na entidade, há somente um latinoamericano: Panamá.

Já entre as 41 nações que se abstiveram estão três da região: Paraguai, Guatemala e Colômbia. Anteriormente se cogitou que os colombianos, aliados dos Estados Unidos, rejeitariam o pedido palestino, mas o país acabou optando pela abstenção.

O restante dos países latinoamericanos integraram a maioria, de 138 nações, a aprovarem a elevação de status dos palestinos na ONU, entre eles o Brasil, que já havia reconhecido a Palestina como Estado meses atrás.

Uma das surpresas foi o México, país que tradicionalmente não reconhece o Estado palestino, mas que votou a favor da alteração.

Resta refletir, no entanto, sobre os motivos por trás da rejeição desses três países ao pedido palestino, contrariando a posição regional.

NEM APOIO, NEM REJEIÇÃO

Pouco após o encerramento da votação em Nova York, a BBC falou com o embaixador do Panamá na ONU, Pablo Antonio Thalassinós, que disse que seu governo sempre apoiou Israel e que tem deixado muito claro que não reconhece a Palestina como Estado, assim como o México.

"Desde o início deste governo [do presidente Ricardo Martinelli], temos votado sempre a favor de Israel e contra tudo aquilo que ataque Israel", afirmou, acrescentando que "o voto do Panamá não é um voto de simpatia com Israel ou de antipatia contra a Palestina".

Ele aproveitou para categorizar a elevação de status como uma "situação unilateral" e relembrou que a definição de fronteiras e o grupo islâmico Hamas deveriam ser prioridades dentre as questões a serem resolvidas na região.

Questionado sobre a influência americana no voto, o embaixador disse tratar-se de uma "coincidência".

Thalassinós disse que vê com bons olhos a elevação do status palestino, embora o Estado da Palestina só deva ser criado após um acordo com Israel.

Sobre a posição panamenha na região, o embaixador disse seu país não crê que está isolado, já que Guatemala e Colômbia também se abstiveram e que o México, embora tenha votado a favor, não reconhece o Estado palestino.

ABSTENÇÕES

O embaixador colombiano na ONU, Néstor Osorio, disse que a abstenção de seu país representa um voto "independente e autônomo".

Acompanhando a linha de raciocínio do Panamá, ele disse que a Colômbia não reconhece o Estado palestino e que esse status deve ser resultado de negociações bilaterais com Israel.

O diplomata explicou as razões pelas quais o país decidiu se abster, ao invés de votar contra o pedido.

"Ao nos abstermos não estamos negando a legitimidade do pedido feito pelos palestinos, mas estamos revelando que se não reconhecemos o Estado, não poderíamos aprovar que fosse aceito nas Nações Unidas como um Estado, mesmo que seja com caráter de observador".

Embora Bogotá não reconheça o Estado palestino, desde 1996 há uma missão especial palestina no país, que opera nos moldes de uma embaixada.

CASO ATÍPICO

Já o caso do Paraguai é único pois em 2011 reconheceu a legitimidade do Estado palestino, como o Brasil e muitos outros países latinoamericanos, mas desta vez optou por negar seu apoio.

Analistas chamaram a atenção para o fato de o país ter-se distanciado de seus sócios do Mercosul, bloco que integra oficialmente, mas do qual está suspenso desde junho, quando o ex-presidente Fernando Lugo foi deposto pelo Congresso.

Na imprensa paraguaia, a entrada da Venezuela no bloco tem sido criticada por diversos motivos, entre eles um aumento de uma posição anti-Israel trazido pelo país de Hugo Chávez.

Também houve críticas quanto à posição sulamericana de condenar o "uso desproporcional de força" por parte dos israelenses na última ofensiva contra Gaza, semanas atrás. O Paraguai acredita que seus vizinhos devem reconhecer o direito israelense de se defender.

As representações paraguaia e guatemalteca foram contatadas mas não foi possível obter depoimentos sobre os votos dos dois países.

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