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Número de estupros em cidade do Congo sobe para 240, diz ONU
DA BBC BRASIL
Novos relatórios da missão da Organização das Nações Unidas (ONU) na República Democrática do Congo dizem que o número de estupros durante o ataque de milícias a uma cidade no leste do país subiu de 150 para 240, segundo porta-voz da organização.
Mulheres, meninas e bebês podem ter sido estupradas depois que os rebeldes ocuparam a cidade de Luvungi de 30 de julho a 3 de agosto. A cidade ficava a somente 30 quilômetros de uma base das forças de paz.
Os oficiais da ONU disseram ter sido informados do ataque somente dez dias depois do ocorrido. Eles dizem acreditar que a população pode ter ficado com medo de uma represália dos rebeldes.
A missão da ONU foi duramente criticada por não proteger a população local. Uma sessão de emergência do Conselho de Segurança foi agendada, e um enviado especial do secretário-geral Ban Ki-moon deve investigar o que aconteceu após os quatro dias de estupro em massa em Luvungi.
O conselho também disse que as forças de paz na área deveriam ter feito mais para proteger os locais da Mai Mai, milícia congolesa, e das Forças Democráticas de Libertação de Ruanda, que negou a participação no ataque.
A maioria das mulheres foi estuprada por até seis homens armados, geralmente na frente dos seus maridos e filhos.
VIOLÊNCIA
A missão da ONU na República Democrática do Congo, Monusco, era, até recentemente, a maior missão de paz no mundo. Nos últimos meses, 1.700 soldados foram retirados do país.
O Congo é conhecido pela frequência com que ocorrem abusos sexuais de mulheres e crianças, e já chegou a ser chamado de "capital mundial do estupro", por um enviado da organização. O leste do país ainda sofre ações de violência do exército e de milícias locais e de países vizinhos, como a Ruanda, sete anos depois do fim da guerra civil em 2003.
A ONU adiou a publicação de um relatório que acusa o exército da Ruanda de participação em genocídios no Congo, depois que o país ameaçou retirar suas tropas das missões de paz ao redor do mundo.
O alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Navi Pillay, anunciou que, em outubro será publicado um relatório que detalha mais de 600 violações dos direitos humanos na República Democrática do Congo entre 1993 e 2003.
A República Democrática do Congo tem grandes reservas minerais e tem um longo histórico de conflito. O país enfrenta cinco anos de combates entre forças do governo apoiadas por Angola, Namíbia e Zimbábue e rebeldes, apoiados por Uganda e Ruanda.
Apesar de um acordo de paz e da formação de um governo de transição em 2003, a população do leste do país vive aterrorizada por milícias e soldados.
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