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Coreia do Sul reforça efetivo e muda regras militares para lidar com Norte
DA BBC BRASIL
A Coreia do Sul afirmou nesta quinta-feira que vai reforçar a segurança na fronteira e criar novas regras militares para lidar com ameaças da Coreia do Norte.
Segundo um porta-voz presidencial sul-coreano, as respostas do país ao vizinho do norte haviam se tornado "passivas demais".
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O disparo de dezenas de tiros de artilharia contra uma ilha sul-coreana na terça-feira (23) provocou a morte de dois soldados e dois civis e gerou uma elevação da tensão na região.
A Coreia do Norte ameaçou promover novas ações militares se a Coreia do Sul mantiver o que chamou de "caminho de provocações militares", segundo a agência oficial de notícias norte-coreana, KCNA.
O governo norte-coreano também acusou os Estados Unidos pelo aumento do nível de hostilidades entre os países, dizendo que o governo americano ajudou a desenhar "a fronteira marítima ilegal" entre os dois países no lado ocidental.
Nesta quinta-feira, o primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, participou de reuniões na Rússia sobre o conflito entre as Coreias, em meio às pressões para que a China use sua influência sobre o governo comunista norte-coreano para ajudar a acalmar os ânimos.
Apesar disso, uma visita programada pelo ministro das Relações Exteriores da China, Yang Jiechi, à Coreia do Sul, foi adiada, por conta de "problemas de agenda", segundo as autoridades chinesas.
AUMENTO DE EFETIVO
Após uma reunião de gabinete de emergência nesta quinta-feira, a Coreia do Sul anunciou um aumento significativo do efetivo militar na fronteira e a mudança na maneira como responderá às ações norte-coreanas.
"[O governo] decidiu aumentar acentuadamente a força militar, incluindo tropas terrestres, nas cinco ilhas do Mar Amarelo e alocar mais de seu orçamento para lidar com as ameaças assimétricas da Coreia do Norte", afirmou o porta-voz da Presidência, Hong Sang-pyo.
"O governo decidiu criar novas regras militares de procedimento para mudar o próprio paradigma de respostas às provocações norte-coreanas", afirmou Hong.
O correspondente da BBC Chris Hogg, em Seul, diz que o gabinete sul-coreano decidiu que nas regras militares existentes há muita ênfase em prevenir que um incidente militar escale em algo pior.
Mas há agora um entendimento de que essa atitude precisaria mudar.
No futuro, a Coreia do Sul implementará diferentes níveis de resposta dependendo se os norte-coreanos atacarem alvos militares ou civis, segundo o porta-voz.
PRESSÃO SOBRE A CHINA
Em um comunicado do governo chinês sobre a questão, o premiê Wen Jiabao descreveu a situação na península coreana como "séria e complicada".
"A China está firmemente comprometida com a manutenção da paz e da estabilidade na península coreana e se opõe a qualquer ato militar provocativo", disse ele.
"Os lados relevantes deveriam manter o mais alto comedimento, e a comunidade global deveria fazer mais para a distensão desta situação tensa", afirmou Wen.
A China vem sendo pressionada para usar sua influência sobre a Coreia do Norte para reduzir a tensão na região.
Wen voltou a defender sua posição de que as negociações sobre o programa nuclear norte-coreano, envolvendo seis países (Estados Unidos, Japão, China, Rússia e as duas Coreias), devem ser retomadas o mais rapidamente possível, numa posição apoiada pela Coreia do Norte.
A Coreia do Sul, os Estados Unidos e o Japão defendem que as negociações de seis países não deveriam recomeçar até que a Coreia do Norte interrompa a construção de novas usinas de enriquecimento nuclear e se desculpe pelo suposto bombardeamento a um navio sul-coreano em março, que provocou a morte de 46 marinheiros.
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