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Ator e ativista de paz entre árabes e judeus é morto na Cisjordânia
DA BBC BRASIL
Um ator que era filho de mãe judia e pai árabe e que representou, em sua existência pessoal, a possibilidade de paz entre israelenses e palestinos foi assassinado a tiros nesta segunda-feira na cidade de Jenin, na Cisjordânia.
Juliano Mer-Khamis, diretor do Teatro da Liberdade da cidade, tinha entrado em seu carro, que estava em frente ao teatro, quando foi atingido por vários tiros disparados por homens encapuzados.
Segundo o chefe da policia palestina de Jenin, Mohammed Tayyim, o artista "foi atingido por cinco tiros disparados por militantes palestinos encapuzados". Tayyim disse que o Exército israelense também está envolvido na investigação.
Ao longo de dezenas de anos, Mer-Khamis, de 53 anos, fez campanha contra a ocupação israelense nos territórios palestinos e pela igualdade de direitos entre cidadãos árabes e judeus em Israel.
AMEAÇAS
O governador do distrito de Jenin, Kadura Moussa, lamentou a morte do artista e afirmou que "condena veementemente o assassinato de Mer-Khamis, que sempre demonstrou solidariedade com o povo palestino".
Moussa também disse que a forças de segurança palestinas ainda não têm informações sobre a identidade dos assassinos e prometeu "perseguir os criminosos e levá-los à Justiça".
Em entrevistas que deu à imprensa israelense, Mer-Khamis dissera ter recebido várias ameaças de morte e que tinha medo de que algo, de fato, pudesse acontecer.
Depois da divulgação de um panfleto contra ele, em 2009, o artista disse ao site de noticias Ynet que o panfleto exalava "um cheiro de racismo grosseiro e violento" e que alguns palestinos o acusavam de ser um "espião israelense".
"O fato de uma pessoa metade judia dirigir um dos projetos culturais mais importantes da Cisjordânia deixa muita gente enlouquecida, trata-se de um racismo hipócrita", acrescentou.
"Depois de todo o meu trabalho no campo (de refugiados) seria muito triste morrer por uma bala disparada por palestinos."
ESCOLA
A mãe do ator, Arna Mer-Khamis, havia fundado uma escola de teatro para crianças palestinas no campo de refugiados de Jenin e, após sua morte, Juliano resolveu continuar e ampliar o projeto da mãe, criando o Teatro da Liberdade, em 2002.
O teatro acolheu vários palestinos do Fatah, que, após a Intifada resolveram abandonar a luta armada.
O mais conhecido deles é Zakaria Zbeide, um dos funcionários do Teatro da Liberdade e ex-comandante das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa em Jenin.
Juliano Mer-Khamis também trabalhou em papeis importantes nos maiores grupos de teatro de Israel e em filmes internacionais.
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