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Marinha de Israel cerca barco que tentava furar bloqueio a Gaza
GUILA FLINT
DA BBC BRASIL, EM TEL AVIV
Quatro embarcações da Marinha de Israel cercaram nesta terça feira o barco Dignité-Karame, que estava a caminho da Faixa de Gaza para protestar contra o bloqueio israelense ao território palestino.
Militares israelenses informaram os tripulantes do Dignité-Karame, que se encontra em águas internacionais, a cerca de 70 quilometros da Faixa de Gaza, de que o barco estava se dirigindo a uma região sob bloqueio naval, e que nenhum barco seria autorizado a atracar no porto de Gaza.
Passageiros do Dignité disseram pelo Twitter que foram ameaçados de prisão pelos militares israelenses, caso insistissem em seguir rumo a Gaza.
Murielle Kasprzak-25.jun.11/France Presse | ||
Iate francês "Dignite" (Al-Karama) leva ativistas pró-palestinos em tentativa de furar bloqueio à Gaza |
O barco Dignité-Karame (dignidade, em francês e árabe) leva a bordo 13 passageiros e 3 tripulantes, e é o único da mais recente flotilha rumo a Gaza que conseguiu se aproximar da região.
Outros 12 barcos, com cerca de 500 passageiros, foram interceptados por autoridades gregas, esvaziando a flotilha que tinha sido planejada por ativistas europeus e americanos durante mais de um ano.
Em maio de 2010, a Marinha israelense interceptou outra flotilha para Gaza, matando 9 ativistas turcos que estavam a bordo do navio Mavi Marmara.
Segundo o porta-voz do Dignité, Thomas Sommer, "o barco leva uma mensagem de paz, esperança e solidariedade para com os habitantes de Gaza".
"Esperamos que a Marinha israelense nos possibilite concluir nossa missão civil", disse o porta-voz. "Mas mesmo se formos barrados, poderemos afirmar que chegamos o mais perto possivel de nosso destino e expressamos a determinação de centenas de pessoas que estavam a bordo dos outros barcos".
BLOQUEIO TERRESTRE
De acordo com Amira Hass, repórter do jornal Haaretz a bordo do Dignité, o barco não leva mercadorias, apenas ativistas europeus, entre eles escritores, médicos e deputados, além de dois jornalistas da TV Al Jazeera.
O governo de Israel afirma que depois que o Egito abriu a fronteira de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, "já não há bloqueio à região".
No entanto, ONGs de defesa dos direitos humanos afirmam que Israel continua controlando todas as outras passagens terrestres para Gaza, além do espaço aéreo e maritimo.
As organizações também dizem que o Egito autoriza apenas a passagem de pessoas, e não mercadorias, por Rafah. Segundo as ONGs, Israel não permite a saída de moradores de Gaza para a Cisjordânia.
Para as autoridades israelenses, a tentativa de enviar uma flotilha para Gaza "não passa de provocação, para ajudar o Hamas".
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