A memória do cinema será o tema deste blog, que estreia neste domingo (24). E essas lembranças não se resumem aos filmes, atores, diretores, histórias das produções e salas de exibição. Também são a memória afetiva que criamos em tantos anos de sessões. Não raro, lembramos o cinema em que vimos determinado longa, quem nos acompanhava, nossas primeiras impressões e emoções durante a exibição.
Assim, começo o blog dividindo minhas memórias de cinema da infância e da adolescência, e convido os leitores a compartilhar as suas lembranças. A ideia é ajudá-los a encontrar aqueles filmes que fazem parte da história de cada um. Preços e disponibilidade dos filmes a seguir foram pesquisados neste domingo (24).
BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES (1937)
Primeiro longa de animação produzido em Hollywood, foi considerado uma extravagância de Walt Disney. Até então, o cinema era visto como uma arte para adultos, e as animações se limitavam a filmes curtos e vinhetas antes dos filmes principais. ‘Branca de Neve’ foi um sucesso mundial e abriu as portas para animações como ‘Pinóquio’ (1940), ‘Dumbo’ (1941) e ‘Bambi’ (1942), estabelecendo o padrão Disney de produções. Em 1939, Disney recebeu um Oscar especial pela inovação e pioneirismo na produção de ‘Branca de Neve’. O prêmio foi uma estatueta em tamanho normal e mais sete miniaturas. Na minha memória, lembro de assistir ao filme com meus pais, em um cinema em São Paulo. A sala estava tão lotada que tivemos de sentar no chão, em um dos corredores.
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Disney+: para assinantes
MARCELINO PÃO E VINHO (1955)
Este foi o primeiro filme a que assisti, em um cinema de Santo André, onde morava com minha família. Até então, frequentava as domingueiras do cinema com meu pai, onde eram apresentadas animações curtas. O longa espanhol conta a história de um órfão que vive em um monastério, cercado pelo amor dos monges, e passa a levar pão e vinho para uma imagem de Jesus, que conversa apenas com o menino. O filme recebeu vários prêmios, entre eles o Urso de Prata do Festival de Berlim em 1955, e, no mesmo ano, uma menção especial em Cannes para o ator infantil Pablito Calvo, que interpretava Marcelino.
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A FANTÁSTICA FÁBRICA DE CHOCOLATE (1971)
Não há outra forma de classificar esta obra: é o filme da minha infância. Não sei quantas vezes vi ‘A Fantástica’ no cinema, além das incontáveis reprises na TV (e posteriormente em videocassete, DVD e streaming). O bilhete dourado, os Oompa Loompas, o rio de chocolate, o jardim de doces e o senhor Wonka, vivido por Gene Wilder, povoam minha imaginação e a de milhões de crianças há cinco décadas.
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HBO Max, Oldflix e NOW: para assinantes
Apple TV: R$ 7,90 (aluguel) e R$ 19,90 (compra)
Google Play: R$ 7,90 (aluguel) e R$ 19,90 (compra)
Microsoft Store: R$ 5,90 (aluguel) e R$ 19,90 (compra)
O HOMEM QUE SABIA DEMAIS (1956)
Alfred Hitchcock está na lista dos meus diretores preferidos. Fui apresentada a ele por minha mãe, com quem assisti a vários de seus filmes na adolescência. ‘O Homem que Sabia Demais’ foi um deles. No longa, James Stewart e Doris Day vivem um casal de turistas americanos envolvidos em uma trama de espionagem internacional, ao ter o filho sequestrado durante férias no Marrocos. O longa tem cenas memoráveis: o desconforto do personagem de Stewart no jantar árabe (prova do humor de Hitchcock), Doris Day cantando ‘Que Sera Sera’ para encontrar o filho e a sequência do concerto, onde uma nota musical é a deixa para um atentado acontecer.
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Oi Play: para assinantes
Claro Video: R$ 6,90 (aluguel)
Apple TV: R$ 9,90 (aluguel) e R$ 29,90 (compra)
Google Play: R$ 6,90 (aluguel) e R$ 24,90 (compra)
AO MESTRE COM CARINHO (1967)
Quem cresceu nos anos 1980 com certeza assistiu a ‘Ao Mestre com Carinho’ em uma Sessão da Tarde, em homenagem ao Dia dos Professores. No longa, o grande Sidney Poitier, morto aos 94 anos em janeiro, é o engenheiro desempregado que vai trabalhar como professor em uma escola na periferia de Londres. Lá, se depara com racismo, problemas sociais e estudantes rebeldes. Logo percebe que os estudantes precisam mais do que um professor que lhes ensine matérias como ciências e geografia. Muda a abordagem das aulas e até a preparação de uma salada vira lição para seus alunos. Tudo no embalo da canção ‘To Sir, With Love’, na voz de Lulu, também atriz do longa. A música liderou a parada da Billboard em 1967.
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Apple TV: R$ 9,90 (aluguel) e R$ 24,90 (compra)
Claro Video: R$ 6,90 (aluguel)
Google Play: R$ 5,90 (aluguel) e R$ 19,90 (compra)
Microsoft Store: R$ 7,90 (aluguel) e R$ 19,90 (compra)
NOW: R$ 6,90 (aluguel)
DOUTOR JIVAGO (1965)
As sessões de cinema com minha mãe geralmente entravam na madrugada, aproveitando os clássicos programados pela TV (era um tempo sem streaming, canais fechados de TV e o videocassete demorou um pouco para chegar). Assim assisti a ‘Doutor Jivago’, ‘E o Vento Levou’ (1939), apresentado em duas partes, em dois dias seguidos, e ‘Guerra e Paz’ (1956), entre outros. Na adaptação do livro de Boris Pasternak dirigida por David Lean, Omar Sharif e Julie Christie vivem a história de amor entre o médico Yuri Jivago e Lara, ao som do ‘Tema de Lara’ e tendo como pano de fundo a Revolução Russa. O longa faturou cinco Oscars, entre eles de melhor filme e direção.
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HBO Max e Oldflix: para assinantes
Google Play: R$ 7,90 (aluguel) e R$ 19,90 (compra)
Microsoft Store: R$ 5,90 (aluguel) e R$ 19,90 (compra)
SETE HOMENS E UM DESTINO (1960)
Se Hitchcock é uma herança cinematográfica materna, os faroestes são a paterna. Um deles é ‘Sete Homens’. No longa, uma refilmagem de ‘Os Sete Samurais’ (1954), de Akira Kurosawa, um grupo de pistoleiros é contratado por uma aldeia mexicana, que busca proteção contra bandidos. Yul Brynner e Steve McQueen encabeçam o elenco, que tem ainda Charles Bronson (muito antes da série ‘Desejo de Matar’), Eli Wallach e James Coburn. Principal estrela do longa, Brynner tinha voz na escolha dos colegas de cena e fez questão de chamar McQueen. Durante as filmagens, no entanto, eles se desentenderam, pois Brynner não concordava com os métodos de atuação de McQueen. A reconciliação só veio perto da morte de McQueen, em 1980.
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Globoplay, Oi Play e Telecine: para assinantes
MGM (canal Prime Video): grátis para assinantes
Apple TV: R$ 11,90 (aluguel) e R$ 27,90 (compra)
Amazon: R$ 11,90 (aluguel)
OS GOONIES (1985)
O diretor Richard Donner, morto aos 91 anos no ano passado, levou às telas a ideia do amigo Steven Spielberg, criando mais um clássico na sua carreira (ele também foi o autor de ‘Superman’, ‘O Feitiço de Áquila’ e ‘Máquina Mortífera’). Na trama, uma turma de amigos encontra um mapa do tesouro pirata e parte em uma aventura, sendo perseguidos por uma família de criminosos. A canção original do longa, ‘The Goonies 'R' Good Enough’, na voz de Cindy Lauper, é outro clássico dos anos 1980. Aos olhos de hoje, o filme peca pelas poucas garotas na turma de aventureiros e por algumas piadas que não caberiam atualmente em um longa. Mas ainda é uma boa e nostálgica diversão.
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Netflix, HBO Max e NOW: para assinantes
Amazon: R$ 7,90 (aluguel)
Apple TV: R$ 7,90 (aluguel) e R$ 19,90 (compra)
Google Play: R$ 7,90 (aluguel) e R$ 19,90 (compra)
Microsoft Store: R$ 5,90 (aluguel) e R$ 19,90 (compra)
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