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Pandora recebe alta; Justiça manda aeroporto pagar tratamento da cadela

Pet deve manter tratamento contra doença do carrapato e passará por novos exames

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Pandora vai retomando a rotina aos poucos. A cadela, que ficou 45 dias desaparecida depois de sumir durante uma conexão da Gol em Guarulhos, recebeu alta nesta sexta-feira (11), após 12 dias de tratamento em uma clínica veterinária na Grande São Paulo.

Localizada no dia 30 de janeiro, Pandora estava desnutrida, desidratada, apresentava fraqueza ao andar e sonolência. Um laudo exibido pelo tutor, Reinaldo Junior, mostrou que ela perdeu aproximadamente 7,2 kg e chegou à clínica pesando 12,8 kg. Também recebeu diagnóstico de erlichiose, doença transmitida por carrapatos.

Cadela Pandora
Cadela Pandora - reinaldojuniorpandora no Instagram

Nesta sexta, após avaliação, a clínica veterinária Dr.Hato anunciou que a cadela agora pesa 15,8 kg e está livre da internação. No entanto, deixou claro que o tratamento continua e, por isso, Pandora precisará passar por retornos e novos exames.

"Paciente tem alterações nas enzimas hepáticas a serem observadas, além de manter o tratamento da doença do carrapato", diz boletim publicado nas redes.

Na quinta (10), véspera da alta médica, o Tribunal de Justiça de São Paulo informou que a 5ª Vara Cível do Foro Regional do Jabaquara determinou que o aeroporto de Guarulhos pague as despesas de internação e tratamento veterinário.

Na mesma decisão, estabeleceu que a empresa aérea deverá arcar com a hospedagem, alimentação diária e transporte dos tutores por ao menos 15 dias, podendo ser renovada. E fixou multa diária de R$ 1.000 em caso de descumprimento, além de multa por ato atentatório à dignidade da Justiça, de até 20% do valor da causa.

Segundo a juíza Juliana Pitelli da Guia, a responsabilidade pelo desaparecimento de Pandora será apurada durante o curso do processo. No entanto, afirma, é fato que ela estava sendo transportada pela Gol quando desapareceu nas dependências do aeroporto e, por isso, os envolvidos devem custear o tratamento até a completa recuperação. Cabe recurso da decisão.

A defesa dos tutores protocolaram no dia 4 pedido de indenização de R$ 336 mil —sendo R$ 16 mil referentes a gastos com veterinário— contra a Gol Linhas Aéreas e a GRU Airport, administradora do aeroporto, para compensação de gastos com as buscas e também por danos morais.

Na ocasião, em nota ao UOL, a GRU Airport disse que ainda não havia sido notificada, e que se manifestaria nos autos do processo.

Reinaldo, que nunca pensou em desistir de encontrar Pandora, comemorou a alta com foto em rede social. "Bora, pai", dizia legenda.

Também mostrou uma série de presentes que a cadela ganhou nesses últimos dias.

Transporte em aviões

O caso Pandora voltou a chamar a atenção para a forma como animais de estimação são transportados por companhias aéreas.

Empresas permitem animais de pequeno porte na cabine, desde que em caixas apropriadas e obedecendo a algumas regras —como peso. Animais maiores também podem viajar com o tutor caso se enquadrem como de assistência ou de trabalho —e há necessidade de comprovação para a autorização. Mas, conforme a raça e porte, eles só podem viajar no porão de aeronaves, e são despachados em caixas próprias, como cargas.

Sozinhos, cães já morreram por asfixia ou devido à temperatura. Nas redes, tutores e defensores da causa animal defendem que animal não é carga.

Em outubro do ano passado, a Latam suspendeu por 30 dias a venda para o transporte de pets no porão para o mercado brasileiro, após uma morte.

No começo deste mês, a empresa enfrentou novo problema. Zoe, uma filhote da raça border collie, embarcou em São Paulo com destino a Fortaleza, mas não chegou na hora prevista. Ela foi parar no Rio de Janeiro.

Na ocasião, a Latam afirmou em nota que a cachorra não desembarcou em Fortaleza no dia 2, conforme previsto, por questões operacionais. Ela foi entregue aos tutores no dia seguinte.

"A companhia reitera que manteve contato direto com a sua tutora, que foi informada de todos os procedimentos adotados e estava ciente de que a Zoe estava bem cuidada e em segurança e que, inclusive, recebeu atendimento veterinário preventivo."

Depois do caso Pandora, a Gol se comprometeu a revisar todas as etapas que envolvem o transporte de pets e aprimorá-los, "evitando que situações como essa jamais voltem a acontecer".

Cadela Pandora
Cadela Pandora - @reinaldojuniorpandora no Instagram

45 DIAS LONGE DOS TUTORES

Pandora e a família moram em Pernambuco. A cadela, de cinco anos, ia do Recife para Navegantes (SC) quando escapou da caixa de transporte —obrigatória para esse tipo de viagem— e desapareceu durante a conexão, em 15 de dezembro.

Durante os 45 dias em que ela esteve desaparecida, o tutor fez mobilizações nas redes sociais e contou com apoio jurídico e de grupos em busca de sua filha, como chama Pandora.

Reinaldo foi atrás de pistas para saber do paradeiro da peluda. Um vídeo obtido por ele mostrou a cadela correndo pelo terminal de cargas, diante de funcionários. No começo de janeiro, a Justiça determinou que a empresa aérea mantivesse as buscas e estadia do tutor na região de Guarulhos.

Na ocasião, a Gol informou que nunca deixou de prestar assistência e que lamentava o incidente. Afirmou, ainda, que, após o caso, adotou uma série de medidas na tentativa de encontrar Pandora.

Quando o desaparecimento completou um mês, manifestantes realizaram um ato no aeroporto para reivindicar uma resposta para o caso.

Pandora foi localizada por um funcionário do aeroporto de Guarulhos, na região do terminal 3.

"Perseverança foi a força que nos moveu durante todo esse tempo, nunca perdemos a fé e a esperança de que encontraríamos a Pandora e, por isso, não desistimos!", escreveu Reinaldo nas redes.

Após a localização da cadela, a Gol afirmou, em nota, que recebeu a informação com alegria e que "ofereceu assistência adicional, como consulta veterinária, e destinou um colaborador para acompanhar no que fosse necessário —auxílios que foram negados pelo dono da cachorrinha".

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