Entram os artistas.

Desenrolam tecidos que logo mais serão salpicados de estrelas.

Acreditam na luz. Forram o tablado. Ficam de pé.

Falam em (des)esperança.

Desejam:

- "Feliz ano novo"!

‘Os sete Pecados Capitais’

Brecht escreveu em trânsito? No exílio?

Em busca de refúgio. De lá para cá.

O mesmo vazio que estava lá desde o começo:

- "A repressão antes religiosa passou a ser repressão das forças produtivas. Onde a moral é menos importante que a produção".

A mais valia. A fome para falar da gula.

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Atriz com rosto maquiado que ocupa quase todo o quadro. Cabelos curtos emolduram olhar oblíquo, nariz aquilino e boca com protuberância na bochecha esquerda. Segura com a mão direita pedaço de chocolate em barra, encobrindo lábios e queixo. Ligeira tensão expressada em marcas de expressão na testa. Contrasta com a sugestão da boca cheia de doce.

‘Os Grandes Vulcões’

Sugere jogos ilusórios. Mescla poemas, impactos e imagens.

Enquadramentos dos planos sobrepostos.

Voos no céu crepuscular.

Vagam incertos e alucinados até.

Denso jogral do teatro politizado.

Abrem janelas para cantar.

Ideias de Harold Pinter.

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Atriz aparece no centro da fotografia de tons esmaecidos. Vestida com sobriedade e tons escuros. Colarinho apertado no pescoço e casaco largo que proporciona flexibilidade ao movimento. Atriz de cabelos escuros. Curtos e bem cortados em contraste com a pele da mulher que mesmo de óculos deixa se fotografar com olhos abertos para a câmera. Escreve numa prancheta transparente com inúmeras inscrições em letras de tom claro. Não há compreensão das mensagens grafadas pois elas estão em sentido contrário.

‘O Homem que matou Liberty Valance ‘

O rítmo da fala se aloja na cabeça

- "Conhecimento é poder. Quando você lê é tão bonito".

Shakespeare e acordos com cuspe na palma da mão:

- "Pelo menos uma vez na vida".

Piano alegre e lembranças de um doce amor.

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Homem com barba aparada e cabeça inclinada ocupa boa parte do lado esquerdo da fotografia. Vestido em trajes de gala. Camisa social, gravata borboleta e casaco escuro compõe o quadro com fundo azul sugerido ambiente noturno. Com expressão circunspecta aparece muito elegante. Iluminação de cinema. Luzes e sombras recortam o rosto do ator.

‘Onde estão as mãos, esta noite’

A porta se abre, revela o amarelado das paredes, alguns móveis, plantas e livros. Enquadramentos obliterados e muitos movimentos de mãos. Elas se agitam, se esfregam. Quase desaparecem.
Penteiam o cabelo. Acenam:

- "Vocês chegaram, é aqui".
Relatos e prenúncios decretam:
- "Temos medo".
Os sonhos estão prestes a sumir?

Dá para fechar os olhos e sonhar?

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Atriz aparece em duas imagens simultâneas de um mesmo movimento com expressão tranquila nas duas versões. Porem a fotografia da direita é desfocada e valoriza o posicionamento das mãos junto às orelhas, Já a fotografia da direita retrata a tela plana de um aparelho de telefone celular em foco. Detalhes das paredes laterais e de penduricalhos de decoração ornamentam a imagem e dão profundidade de campo onde aparece também porta fechada com maçaneta à mostra e sem chaves na fechadura.

‘O Grande Inquisidor’

- "Como pode um rebelde ser feliz?"

Calar, cercear, inquirir, tirar, apontar, praguejar, condenar, pilhar, atentar, sofrer, executar, pensar, ligar, concluir, desligar, vaticinar; privar.

Claquete onde se lê:

- Dostoiévski. Imagem. Ação.

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Homem em trajes episcopais surge com expressão de desalento e preocupação. Inclina o rosto para frente ao mesmo tempo que empunha na mão direita um candelabro escuro com pequena vela e chama acesa. A túnica clara de mangas compridas, não esconde a sisudez do traje que é composto de uma capa escura e alguns ornamentos como correntes e pingente alusivo a um crucifixo.

‘O Híbrido’

A natureza, assim como sua degradação e as mudanças climáticas, dividem o protagonismo ao assumir tom de denúncia:

-" Os ventos são melhores que os furacões. Por que os furacões fazem as palavras, os sentimentos e as emoções ficarem rodando no mesmo lugar. Os ventos não, eles distribuem democraticamente as palavras, os sentimentos e as emoções ".

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Ator sentado num banquinho. Ocupa o centro da imagem. Sua face está oculta. Tem seu rosto coberto por tecido escuro. Trajes em tecido rústico. Detalhes florais nos pulsos e no pescoço atenuam a sobriedade do casaco com botões revestidos eaparentes. Segura um balde de alumínio, na mão esquerda. Parece alimentar as três galinhas que também estão em quadro.

'Onde vivem os bárbaros'

Atos e entreatos. Atores perfilados. Representam a origem do mundo.

Unidos pelos Deuses, pelos rios e pelos buracos do corpo.

Penetrações. Julgamentos. Barbaridades:

- "Melhor não falar nada".

Visões sem filtro. Sem véus.

Era para ser apenas uma noite

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Dois homens em momentos diferentes numa mesma imagem. O da esquerda aparece em plano fechado e em desfoque. Usa barba e cabelos compridos. Sua expressão resulta de movimento inclinado para frente, olhos cerrados e lábios flexionados como se estivesse no meio da fala. Para exprimir pensamento com o qual compartilha seu interlocutor que com aparência serena e ar cordato sugere entendimento. A roupa do homem da direita aparece da cintura para cima. Em tons harmoniosos. Colarinho e gravata harmonizam com o decote em "v" e com as listras nas laterais das mangas do suéter.