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Valéria França
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Triatlela vira cobaia para estudo do uso de CBD no esporte

Farmacêutica de Cannabis vai patrocinar pesquisa de desempenho

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Uma boa notícia para os esportistas brasileiros. O triatleta amador Fernando Paternostro, 41, será protagonista da primeira pesquisa longa sobre o uso da Cannabis medicinal no esporte, que se tem notícia. A iniciativa e a disponibilidade do atleta ajudam para uma futura construção de informações científicas sobre o assunto até então pouco explorado.

Desde que o CBD (canabidiol, substância não psicoativa derivada da planta) saiu da lista de doping, em 2018, os competidores ganharam mais um tratamento seguro de saúde. Por outro lado, as empresas vislumbraram um novo potencial de negócios, ainda pouco explorado: o uso de seus derivados na melhora do bem-estar e do desempenho dos esportistas. É justamente isso que os pesquisadores querem investigar.

Fernando Paternostro, triatleta amador
O tratleta Fernando Paternostro, durante prova em Santos - Divulgação

"Durante um ano, Paternostro será acompanhado por uma equipe de nutricionistas, médicos e preparadores físicos. A ideia é avaliar o impacto do CBD e do THC no desempenho do atleta durante um ano", diz Jaime Ozi, um dos sócios da Tegra Pharma, empresa que irá patrocinar o estudo. Dependendo dos resultados alcançados, o estudo poderá ser ampliado.

Independentemente da pesquisa, o triatleta usa o CBD e o THC (substância psicoativa da Cannabis) para diminuir as dores provocadas pelo treino. "Nesses casos, o mais comum é o uso dos conhecidos anti-inflamatórios para diminuir as dores musculares, o que fazem com que o atleta diminua de rendimento, pois é justamente a quebra das fibras musculares (e a inflamação ), que aumenta a força física", explica Ozi. Daí o mote conhecidíssimo entre os esportistas: "no pain, no game" (em inglês, sem dor, não há jogo). "A Cannabis", segundo Ozi, "teria outra dinâmica, agiria na dor sem comprometer o rendimento."

Até mesmo os atletas de fim de semana sabem que desconforto e contusão fazem parte da rotina dos treinos. Paternostro foi um dos esportistas que logo cedo enxergou os possíveis benefícios no esporte e nos negócios. Além de divulgar constantemente os bons resultados alcançados, com os demais grupos de esportistas, pelas redes sociais, no ano passado, montou a plataforma de conteúdo e serviços batizada de Atleta Cannabis.

O site é uma parceria realizada com dois amigos –que dividem os mesmos princípios quando o assunto é esporte e cannabis –, o triatleta Peu Guimarães e o praticante de trekking Albert Fabregat. "Não posso indicar para as pessoas o que dá certo comigo. Não existe ainda nenhum estudo. Daqui a um ano teremos ferramentas científicas para dizer o que os derivados da Cannabis ajudaram de fato no meu treinamento".

Vale lembrar que o uso do THC –que cientificamente alivia as dores crônicas até mesmo em doenças como o câncer e também vem sendo usado pelo atleta –não foi liberado pela Wada (em inglês, Agência Mundial Anti-Doping).

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