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Cannabis Inc. - Valéria França
Valéria França
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Do lúpulo para a Cannabis

Brasileiro substitui as plantas e cria nova linha de molhos infusionados

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Internacionalização de novos negócios

Mostarda, ketchup, molho barbecue e temperos secos com sementes da Cannabis é a novidade Blue Hops, empresa brasileira que fechou parceria com a canadense C.Brew, produtora de cerveja artesanal com infusão da erva. Mas os produtos estarão à venda apenas no Canadá, país cuja legislação permite o consumo recreativo da planta e derivados. A nova linha alimentícia sai pela marca Blue Hemp, que nasceu da fusão das duas empresas.

No Canadá, nova linha de molhos: um hype no sanduíche - Roberto Benatti/Divulgação

"A semente da Cannabis tem muita proteína", explica CEO da empresa Túlio Rodrigues, 51 anos, que sempre esteve na indústria alimentícia à frente de negócios inovadores e com grande apelo de marketing. No Brasil, ele desenvolve alimentos com lúpulos para a Ambev. Produz uma linha especial para cervejeiros, como de salgadinho com malte para a Brahma, molho de pimenta jalapenã lupulada para a Budweiser e cerveja e salgadinhos para cachorro, para a Colorado, a Cãolorado. No Brasil, ele tem o registro da patente de alimentos infusionados com lúpulos.

Enquanto espera as licenças para começar a comercialização da nova linha canábica, ele já planeja um whey protein com THC. Rodrigues está na indústria alimentícia desde 1995, data que começou na Ambev, onde sempre trabalhou no marketing e assim desenvolveu bom radar para oportunidades de negócios.

"O lúpulo e a Cannabis têm algumas similaridades", diz o empresário. "Ambas as plantas fazem parte da família Cannabaceae (conhecidas como canabiáceas), sendo os gêneros Humulus (lúpulo) e Cannabis", explica ele. "Das duas plantas podem ser extraídos óleos essenciais, que conservam características específicas das mesmas." Do lúpulo vem o amargor, da maconha, propriedades médicas, que são cada vez mais pesquisadas na área da saúde, e psicoativas.

De acordo com Rodrigues, processos de infusão também são parecidos. "Com o lúpulo fazemos um processo conhecido como dry hoppping, que traz diferentes aromas e sabores para a cerveja". Ele explica que tanto o aroma do lúpulo como os terpenos da Cannabis são colocados no final do processo produtivo para que sejam conservadas todas as propriedades das plantas.

Rodrigues passou a entender melhor a complexidade do mercado propriamente depois que enviou o projeto do negócio para a The Green Hub, aceleradora canábica, que enxergou grande potencial na empresa. A partir daí, veio a parceria com C.Brew, formada por sócios com competências complementares as de Rodrigues: Diogo Fortuna é cervejeiro, Beto Lucena, pesquisador e Marcos Moraes, advogado.

"Vários países ao redor do mundo já entenderam a importância econômica e social dessa planta. Ela gera mais empregos, novas frentes de negócios, impostos e melhor qualidade de vida", diz Alex Lucena, sócio e CIO da The Green Hub. A empresa em breve fará nova chamada de potenciais aceleradas no mercado aqui no Brasil. Fique de olho.

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