A FarmaUSA Life Science será a primeira empresa a produzir, no Brasil, o IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) do CBD (Canabidiol, substância derivada da Cannabis). Atualmente o setor precisa importar o ingrediente para fabricar o produto final. Essa mudança é muito positiva, pois pode diminuir os preços para o paciente em no mínimo 30%, segundo o produtor. Se de fato os planos da empresa se consolidarem no segundo semestre, a implantação da distribuição do Canabidiol pelo SUS (Sistema Único de Saúde) será mais sustentável.
Até a pandemia da Covid, a maioria dos brasileiros nunca tinha ouvido falar sobre IFA. O termo é técnico, usado pela indústria farmacêutica para designar a "alma" do medicamento. Vale lembrar que para conseguir produzir aqui a vacina do coronavírus, houve a necessidade da importação do IFA do produto. O mesmo vem acontecendo com o CBD. Muito diferente do produto final - no caso do óleo, um líquido –, o IFA da Cannabis é um material branco e granulado, parecido com um sal grosso. No Brasil, é proibida a importação das flores, que dão origem ao extrato.
A FarmaUSA já está com laboratório pronto em São Paulo. Ele foi auditado pela Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) e aprovado. Na sequência, a decisão foi publicada no Diário Oficial da União em dezembro. Essa medida libera a fabricação do IFA em todo território nacional. Segunda a FarmaUSA, o projeto custou até agora R$ 30 milhões, mas os investimentos podem chegar a R$ 50 milhões.
"Temos capacidade para atender o mercado interno e ainda exportar para a América Latina", diz Helder Dario, diretor farmacêutico da FarmaUSA. "A capacidade produtiva será de 10 toneladas por ano." A previsão da empresa é estar com 20% da capacidade da fábrica em funcionamento no segundo semestre. No ano que vem, tem planos de aumentar para 35%.
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