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Check-in - Wesley Faraó Klimpel
Wesley Faraó Klimpel

Como é viajar para a Europa em tempos de Covid

Deve-se prestar atenção à burocracia de cada país de destino

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Viajar durante a pandemia de Covid-19 exige, além dos cuidados com o vírus, atenção com a burocracia de cada país. Documentos e formulários exigidos para entrar em uma nação podem ser diferentes a depender de como se acessa o local.

Para esse texto, tomo como base uma viagem que fiz à Europa entre o fim de março e o início de abril deste ano. A jornada por países do continente, originalmente, seria em abril de 2020, e a ideia era visitar cinco países.

O projeto só foi retomado a partir do momento em que as vacinas contra a Covid estavam mais difundidas pelo mundo e os países europeus ficaram mais receptivos a turistas de fora do continente.

Turistas observam pinturas do Palácio de Versalhes, na França
Turistas observam pinturas do Palácio de Versalhes, na França - Wesley Faraó Klimpel/Folhapress

Por eu ter uma companheira de viagem de 70 anos –também conhecida como minha mãe–, foi necessário adaptar o roteiro para se evitar voos e, consequentemente, a grande circulação de turistas de vários locais, com possíveis variantes de coronavírus.

A partir do momento em que o foco foi dedicar as férias a visitar um ou dois países, para caso uma nova onda surgisse e fechasse as fronteiras, a meta se tornou viajar pela Alemanha e Polônia. Como o governo alemão ainda restringia o acesso a quem tomou Coronavac (nosso caso), tivemos de mudar o destino.

A alternativa foi visitar a Espanha e a França, que estavam de braços abertos a quem recebeu esse imunizante. Além da receptividade farmacológica, pesou também a malha ferroviária dos dois países, o que permitia translados de trem sem grandes burocracias.

Turistas fazem fila para ver "Monalisa" no Louvre, museu parisiense
Turistas fazem fila para ver "Mona Lisa" no Louvre, museu parisiense - Wesley Faraó Klimpel/Folhapress

Definido o destino, o próximo passo foi conferir quais documentos eram necessários para viajar. Um deles era o comprovante vacinal em inglês ou espanhol, que o Ministério da Saúde fornece por meio do ConecteSUS.

O de minha mãe estava completo, com as quatro doses que recebeu em Mato Grosso do Sul. O meu, porém, ainda estava deficitário. Como mostrei em reportagem na Folha, muitos brasileiros têm seus passaportes vacinais com falhas.

Por morar em São Paulo, eu poderia recorrer tanto ao comprovante vacinal do governo estadual quanto do municipal. Por sorte, meu acesso ao ConecteSUS foi regularizado dias antes do embarque.

espanha

Para entrar na Espanha, é necessário preencher um formulário, o SpTH, nas 48 horas antes de embarcar. Como deve-se incluir o número da poltrona, fiz meu cadastro após o check-in, no próprio aeroporto. Não precisa apresentar teste de Covid ao chegar ao país.

No aeroporto de Madri, logo antes de pegar as malas, funcionários exigiram o SpTH. No caso da minha mãe, foi necessário também mostrar o passaporte vacinal.

Em nenhum momento, na capital espanhola e em Barcelona, me cobraram o comprovante das vacinas. Já sobre máscaras, as pessoas deixaram de usá-las em ambientes abertos. Em locais fechados, porém, grande parte dos presentes estavam com o equipamento facial.

Pessoas caminham por feira de rua em Barcelona
Pessoas caminham por feira de rua em Barcelona - Wesley Faraó Klimpel/Folhapress

Nos meios de transporte era obrigatório o uso da proteção, de metrô a ônibus de turismo. No trem de Barcelona a Toulouse, na França, por exemplo, funcionários constantemente pediam aos passageiros para ajeitarem a máscara.

Em certo momento, três ucranianas foram cobradas, com bastante ênfase, sobre o uso adequado do equipamento, mesmo que alegassem que estavam comendo —era a terceira vez que utilizavam esse argumento.

frança

Também é necessário preencher um formulário para entrar em território francês, mas ele é cobrado apenas de quem viaja de avião. Se o turista entra por via terrestre, como foi meu caso, nem parece que mudou de país.

Assim como na Espanha, a máscara deixou de ser usada nas ruas e, em lugares fechados, não é o item mais lembrado do elegante guarda-roupa francês. Em museus, por exemplo, muitos visitantes abdicaram da proteção facial. Nos meios de transporte, porém, continua sendo exigido.

Turistas observam quadro no Louvre, museu parisiense
Turistas observam quadro no Louvre, museu parisiense - Wesley Faraó Klimpel/Folhapress

Durante a viagem, ainda estava vigente a necessidade de apresentar um teste negativo de Covid para retornar ao Brasil, além de preencher a Declaração de Saúde do Viajante (DSV). Assim, quanto mais se aproximava o voo da volta, mais aumentava a tensão de se infectar com o coronavírus.

Qual não foi a alegria de, dias antes de voltar, descobrir que o governo brasileiro deixou de cobrar esses dois itens de quem ingressava no país. O problema foi que nem todos os funcionários das companhias aéreas foram avisados.

No aeroporto de Orly, em Paris, tive que debater com um representante da empresa responsável pelo meu voo sobre o fim das exigências brasileiras, e que essa mudança já estava em vigor havia uma semana. No fim das contas, após um semblante de "azar o seu se pedirem lá", ele nos deixou embarcar.

Já em território brasileiro, na imensa fila do controle de passaporte, agentes de saúde pediam o comprovante de vacinação para agilizar a entrada das pessoas.

Que tal compartilhar sua história de viagem com o blog Check-in? É só escrever para o email checkin.blogfolha@gmail.com.

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