Em evento realizado na quarta-feira (19), a USP entregou a primeira parte de novo trecho de ciclovias dentro da Cidade Universitária. Nesta primeira etapa foram entregues 12 Km dos 36 Km que haviam sido prometidos para janeiro de 2022 pela atual gestão.
As avenidas Luciano Gualberto, Lineu Prestes e Lúcio Martins Rodrigues, que antes ofereciam espaço quase exclusivo aos automóveis —havia 3 faixas para carros e uma marcação cicloviária estreita e pouco protegida—, passaram a ter uma faixa exclusiva para bicicletas.
O prefeito do campus da capital, Hermes Fajersztain, disse que a implantação da nova ciclovia também tem o objetivo de aumentar a segurança. "Aquela largura toda convidava o motorista a por o pé no acelerador", observou o prefeito. A velocidade máxima permitida também foi reduzida de 50 Km/h para 40 Km/h.
Além do maior espaço para as bicicletas, foram instaladas novas sinalizações horizontais e verticais. Placas indicam a prioridade de pedestres e ciclistas. Novas faixas zebradas, mais largas, agora obrigam carros e ônibus a se distanciarem do espaço das bicicletas, principalmente nas curvas, onde acidentes entre ciclistas e motoristas eram frequentes.
O estacionamento de automóveis também foi alterado. Parar o carro junto ao canteiro central passou a ser proibido e o número de vagas à direita da via foi reduzido e sofreu reposicionamento. Como a faixa de ciclovia segue sempre mais próxima ao passeio de pedestres, as vagas para estacionamento de automóveis ficaram quase no meio da pista, entre a segunda faixa de rolamento e a ciclovia. Para o prefeito do campus, o novo desenho "criou um cordão de proteção aos ciclistas".
O pesquisador de genética Renan Lemes, que mora no Sumaré e vai à universidade pedalando diariamente, comenta que o novo desenho cicloviário oferece mais segurança, mas sugeriu mudança no caminho dos ônibus. "Ficou muito melhor. A única dificuldade para os ciclistas é nas paradas de ônibus. Se a prefeitura deslocar os pontos de ônibus para o canteiro central, ficaria perfeito", disse o pesquisador.
Preocupado com a mobilidade sustentável, o reitor da USP, Vahan Agopyan, disse no evento que a prioridade nas ruas da USP deixou de ser o carro. "Vamos dar o exemplo. A prioridade é o pedestre, segundo o ciclista, terceiro o transporte público e por último o transporte individual [por carros] se for ainda necessário", disse o reitor.
Agopyan ainda destacou que o projeto foi realizado por especialistas formados na USP e deve servir de exemplo a outros projetos de mobilidade urbana no país.
As obras do restante do projeto, com mais 18 Km de vias exclusivas para bicicletas, estão em andamento e tem entrega prevista para março deste ano.
A prefeitura do campus lembra que essa ciclovia foi projetada para mobilidade urbana. Como acontece desde maio de 2019, ciclistas que buscam treinamento esportivo podem usar as ruas da USP em período limitado —apenas às terças, quintas e sábados, das 4h30 às 6h30 da manhã.
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