Ciclocosmo

Um blog para quem ama bicicletas

Ciclocosmo - Caio Guatelli
Caio Guatelli
Descrição de chapéu ciclismo

Em Petrópolis, multidão aplaude os melhores do mountain bike mundial

Mesmo sem o melhor brasileiro no pódio, país sai fortalecido da abertura da Copa do Mundo

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

"O assédio dos fãs foi tão grande que usaram seguranças para escoltá-lo até a arena", disse na TV o narrador inglês da Copa do Mundo ao ver o atleta chegar.

Fosse essa Copa a do futebol, tal comentário seria quase redundante. Contudo, na Copa do Mundo de mountain bike, onde atletas competem a um palmo de distância da torcida, em países acostumados a ver de perto os melhores do mundo, a cena não é nada comum.

Ciclista de barço esticado cumprimenta multidão
O brasileiro Henrique Avancini cruza em 13º na abertura da Copa do Mundo de mountain bike, em Petrópolis (RJ) - Fábio Piva

Menos comum ainda é ver esse tipo de campeonato acontecer no Brasil e ter um brasileiro como favorito —receita completa para a explosão de emoções.

Com um público de 20 mil pagantes, a arena de Petrópolis (RJ) — local de abertura da Copa do Mundo de mountain bike 2022— ficou lotada na tarde deste domingo (10). Todos estavam ávidos por uma vitória do maior mountain biker brasileiro da história, Henrique Avancini.

Competindo na pista que ele mesmo construiu no "quintal de casa" (Avancini é petropolitano), o brasileiro contava com a familiaridade do terreno e com o apoio da torcida para coroar a boa fase da carreira.

Avancini, que é o atual oitavo do ranking mundial (chegou a liderar em 2020), foi quarto colocado na prova de short-track (curta) realizada na sexta-feira (8).

No domingo, Avancini largou forte na prova principal, o cross country olímpico.

Posicionado na frente do pelotão de 91 atletas, entrou bem colocado na parte afunilada da pista, em quinto.

Os outros onze brasileiros, que largaram em posições de menor destaque, mais ao fundo do pelotão, não tiveram a mesma sorte. Todos ficaram presos ao congestionamento de bicicletas logo na primeira curva, onde passavam no máximo dois ciclistas por vez.

Avancini se manteve firme até a quarta volta, invertendo posições com os outros quatro líderes, o que levou a torcida ao delírio por quase uma hora de prova.

Contudo, na quinta das sete voltas, o brasileiro começou seu declínio, fechando a corrida em décimo terceiro, 3 minutos e 46 segundos atrás do campeão, o suiço Nino Schurter.

Com a conquista, Schurter —que é 9 vezes campeão mundial— igualou o recorde de 33 vitórias em etapas de Copa do Mundo, antes do francês Julien Absalon.

Mesmo sem estar no pódio, Avancini mostrou satisfação. "Esse é o momento mais especial da minha carreira. O carinho, o apoio e a intensidade que recebi das pessoas é inexplicável, é a prova que valeu a pena dedicar a vida para isso", disse ao final da competição.

Na categoria elite feminino, a melhor brasileira foi a goiana Raiza Goulão, que chegou na trigésima primeira posição, 11 minutos e 16 segundos atrás da campeã, a australiana Rebecca Mc Connell.

Para a próxima geração de profissionais, a torcida brasileira tem boas notícias. Na categoria sub-23, Giuliana Morgen foi quinta colocada no feminino e Gustavo Xavier foi nono no masculino, na junior feminino tivemos uma prata com Luzia Cocuzzi, e o ouro veio na categoria junior masculino com Eiki Leôncio.

É bom o comentarista inglês ir se acostumando, seguindo o exemplo de Avancini, esses serão os próximos profissionais a chegar escoltados nas arenas lotadas por multidões de fãs.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.