A UCI (União Ciclística Internacional), entidade máxima do ciclismo, aumentou as restrições para a participação de mulheres trans em competições do seu calendário feminino.
A nova instrução, que será aplicada a partir de primeiro de julho deste ano, exige que a atleta trans faça uma quarentena de competições oficiais por pelo menos dois anos, o dobro do exigido pela instrução anterior.
Além do aumento na espera, a entidade diminuiu pela metade a quantidade máxima de testosterona permitida no organismo da atleta. A nova regra prevê corte automático das competições em categoria feminina para as trans quem estiverem com carga maior que 2.5 Nanomols de testosterona por litro de sangue.
"Dado o importante papel desempenhado pela força e potência muscular no desempenho do ciclismo, a UCI decidiu aumentar o período de transição com baixos níveis de testosterona de 12 para 24 meses. Além disso, a UCI decidiu diminuir o nível máximo permitido de testosterona no plasma para um valor corresponde ao nível máximo de testosterona encontrado em 99,99% da população feminina", expressou a entidade.
Em 2019, a trans canadense Rachel McKinnon, então com 36 anos, conquistou o título de campeã mundial de pista na modalidade velocidade individual da categoria master feminina.
O feito a lançou automaticamente para a história do esporte e do ativismo LGBT. Contudo, sua vitória pioneira não veio coroada de glórias. Protestos de outras ciclistas participantes e um tsunami de mensagens raivosas e transfóbicas inundaram as redes sociais de Rachel.
A decisão que dificulta a participação das trans foi tomada pela UCI três meses após a britânica Emily Bridges ser barrada do campeonato inglês feminino de pista, ocorrido em março.
A nova regra foi anunciada pela UCI na quinta-feira (16), durante o encontro que definiu a agenda da entidade para os próximos 8 anos, período no qual o seu Comitê de Gestão pretende "fazer do ciclismo o esporte do século 21, tornando-o mais inclusivo".
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